Augusto de Franco

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Augusto de Franco é escritor, palestrante e consultor. É o criador e um dos netweavers da Escola-de-Redes – uma rede de 12.677 pessoas (em 7 de dezembro de 2017) dedicadas à investigação sobre redes sociais e à criação e transferência de tecnologias de netweaving. É autor de várias dezenas de livros e textos sobre desenvolvimento local, capital social, democracia e redes sociais.

 

ADVERTÊNCIA DO AUTOR

Como me relaciono com muita gente, sempre aparece alguém me perguntando qual a minha “formação”. Ora… a esta altura da vida posso dizer que estou mais focado nas minhas deformações, pois foram elas que fizeram de mim o que sou (ou estou sendo neste momento) e que farão de mim o que serei. Não as formações (ou formatações).

Assim, escrevo e publico sobre educação, mas não tenho nenhuma formação no tema. Se tivesse, nunca teria sido capaz de imaginar uma visão não-cognitivista da aprendizagem. Nem nunca teria percebido que há uma aprendizagem tipicamente humana diferente da aprendizagem dos seres vivos e das máquinas ditas inteligentes.

E escrevo e publico sobre política sem nunca ter tido formação em “ciência” política (como se fosse possível haver uma ciência política). Se tivesse uma formação em política jamais teria descoberto que a democracia é um erro no script da Matrix ou uma janela para o simbionte (social) — em prefiguração — poder respirar.

E escrevo sobre desenvolvimento (sobretudo glocal) sem ter tido formação de economista ou sociólogo. Se fosse (tivesse formação em) qualquer uma dessas coisas, não teria imaginado que o desenvolvimento é uma espécie de metabolismo da rede social.

Na verdade escrevo sobre muita coisa, e não poderia fazê-lo se tivesse alguma formação. Só é possível inovar em qualquer campo a partir de uma deformação.

O que faço não é mais do que interpretar o que vejo a partir das minhas investigações sobre redes. Então não importa o campo do conhecimento que enfoco em cada momento, penso sempre como seria tal ou qual evento (tudo é evento no mundo) se o padrão de organização não fosse centralizado (hierárquico) e sim distribuído (ou em rede). Para tanto eu deformo aquilo que foi formado.

Foi assim que virei um especialista em nada.

 

BIBLIOGRAFIA DE AUGUSTO DE FRANCO

 

2018

FRANCO, Augusto (2018): Conservadorismo, liberalismo-econômico e democracia

FRANCO, Augusto (2018): Os diferentes adversários da democracia no Brasil

FRANCO, Augusto (2018): Sem doutrina: escritos neosofistas sobre a democracia (em elaboração)

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2016-2017

FRANCO, Augusto (2016-2017): A aprendizagem humana (em elaboração aqui)

FRANCO, Augusto (2017): Hierarchie: Investigations de Augusto de Franco sur la Matrix qu’existe réellement (2012)

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2015

FRANCO, Augusto (2015): Uma visão interativista da aprendizagem

FRANCO, Augusto (2015): Algumas notas sobre os desafios de empreender em rede

FRANCO, Augusto (2015): As empresas diante da crise

FRANCO, Augusto (2015): Jerarquia

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2014

FRANCO, Augusto (2014): Roteiro para uma investigação aberta sobre OpenScience

FRANCO, Augusto (2014): Sete aprendizagens sobre inovação na sociedade-em-rede

 

2013

FRANCO, Augusto (2013): Os 7 dias que abalaram o Brasil

FRANCO, Augusto (2013): Hierarchy: explorations of Augusto de Franco about The Matrix that really exists

FRANCO, Augusto (2013): FAQ Para configurar ambientes de cocriação interativa

FRANCO, Augusto (2013): FLUZZ Série Completa

FRANCO, Augusto (2013): Netweaving Technologies | PROCESSOS DE REDE EM EMPRESAS

FRANCO, Augusto (2013): A Terceira Invenção da Democracia

FRANCO, Augusto (2013): Empreendimentos em rede: tendências e desafios

FRANCO, Augusto (2013): Escritos Espirituais

 

2012

FRANCO, Augusto (2007-2012): Democracia: um programa autodidático de aprendizagem

FRANCO, Augusto (2012): Hierarquia: explorações na Matrix realmente existente

FRANCO, Augusto (2012): Small Bangs: instruções para construir uma bomba criativa

FRANCO, Augusto (2012): Cocriação: reinventando o conceito

FRANCO, Augusto & LESSA, Nilton (2012): Multiversidade: da universidade dos anos 1000 à multiversidade nos anos 2000

FRANCO, Augusto & LESSA, Nilton (2012): Por que as plataformas de aprendizagem não são boas

FRANCO, Augusto (2011-2012): A Rede | Série FLUZZ Volume 1

FRANCO, Augusto (2011-2012): Highly Connected Worlds | Série FLUZZ Volume 2

FRANCO, Augusto (2011-2012): Para entrar no terceiro milênio | Série FLUZZ Volume 3

FRANCO, Augusto (2011-2012): Não-escolas | Série FLUZZ Volume 4

FRANCO, Augusto (2011-2012): Sem religião e sem igreja | Série FLUZZ Volume 5

FRANCO, Augusto (2011-2012): A nova política | Série FLUZZ Volume 6

FRANCO, Augusto (2011-2012): Os mantenedores do velho mundo | Série FLUZZ Volume 7

FRANCO, Augusto (2011-2012): Netweaver Howto | Série FLUZZ Volume 8

FRANCO, Augusto (2011-2012): Bem-vindos aos novos mundos-fluzz | Série FLUZZ Volume 9

 

2011

FRANCO, Augusto (2011): Vida e morte das empresas na sociedade em rede

FRANCO, Augusto (2011): Facebook: Darth Zuckerberg e seu Cavalo de Troia

FRANCO, Augusto (2011): Resista à tentação de pertencer a um grupo

FRANCO, Augusto (2011): O melhor lugar do mundo

FRANCO, Augusto (2011): Reinventando o desenvolvimento local

FRANCO, Augusto (2011): É o social, estúpido!

FRANCO, Augusto (2011): Fluzz: vida humana e convivência social nos novos mundos altamente conectados do terceiro milênio

FRANCO, Augusto (2011): Redes & Inovação: por que “redes corporativas” costumam dar errado

 

2010

FRANCO, Augusto (2010): Redes são ambientes de interação, não de participação

FRANCO, Augusto (2010): Desobedeça: uma inspiração para o netweaving

FRANCO, Augusto & LESSA, Nilton (2010): Buscadores e polinizadores

FRANCO, Augusto (2010): Dez escritos sobre redes sociais

FRANCO, Augusto (2010): A independência das cidades

 

2009

FRANCO, Augusto (2009): O poder nas redes sociais

FRANCO, Augusto (2009): A lógica da abundância

FRANCO, Augusto (2009): Você é o inimigo

FRANCO, Augusto (2009): Cada um no seu quadrado

FRANCO, Augusto (2009): A desastrosa ideia de sucesso

FRANCO, Augusto (2009): AEL – Arranjos Educativos Locais

FRANCO, Augusto (2009): O misterioso 1%

FRANCO, Augusto (2009): Redes sociais: você pode fazer

FRANCO, Augusto (2008-2009): Modelos mentais são sociais

 

2008

FRANCO, Augusto (2008): Novas visões sobre a sociedade, o desenvolvimento, a internet, a política e o mundo glocalizado

FRANCO, Augusto (2008): Tudo que é sustentável tem o padrão de rede

FRANCO, Augusto (2008): Articule você também uma escola de redes

FRANCO, Augusto (2008): É possível sem um mínimo de hierarquia?

FRANCO, Augusto & POGREBINSCHI, Thamy (2008): Democracia cooperativa: escritos políticos escolhidos de John Dewey

FRANCO, Augusto & FEIJÓ, Jandira (2008): Olhares sobre a experiência da Governança Solidária Local de Porto Alegre

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2007

FRANCO, Augusto (2007): Desenvolvimento, capital social e democracia

FRANCO, Augusto (2007): Terms of reference regarding sustainability

FRANCO, Augusto (2007): Alfabetização Democrática

 

2006

FRANCO, Augusto (2003-2006): O experimento de Duncan

 

2005

FRANCO, Augusto (2005): Desenvolvimento, capital social, redes sociais e sustentabilidade: o conteúdo de minhas palestras no período 2003-2005

FRANCO, Augusto (2005): Desenvolvimento, capital social e democracia

 

2004

FRANCO, Augusto (2004): O lugar mais desenvolvido do mundo

 

2003

FRANCO, Augusto (2003): A revolução do local: globalização, glocalização, localização

FRANCO, Augusto (2003): Três gerações de políticas sociais

 

2002

FRANCO, Augusto (2002): Uma teoria da cooperação baseada em Maturana

RODRIGUES, Carla (org.) FRANCO, Augusto, CARDOSO, Ruth, DARCY, Miguel & LOBO, Thereza (2002): Fortalecendo a sociedade, promovendo o desenvolvimento

 

2001

FRANCO, Augusto (2001): Capital social: leituras de Tocqueville, Jacobs, Putnam, Fukuyama, Maturana, Castells e Levy

 

2000

FRANCO, Augusto, CARDOSO, Ruth & DARCY, Miguel (2000): Um novo referencial para a ação social do Estado e da Sociedade

FRANCO, Augusto (2000): Além da renda: a pobreza brasileira como insuficiência de desenvolvimento

FRANCO, Augusto (2000): Uma nova utopia para uma nova via (PNUD)

 

1999

FRANCO, Augusto (1999): Por que precisamos de DLIS – Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável

 

1998

FRANCO, Augusto (1992-1998): O Complexo Darth Vader

 

1997

FRANCO, Augusto (1997): O novo partido: a crise da forma-partido tradicional e o surgimento de novos sujeitos políticos na sociedade brasileira

 

1995

FRANCO, Augusto (1995): Ação Local: a nova política da contemporaneidade

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1990

FRANCO, Augusto (1990): A nova geração: crise e reflorescimento

 

1986

FRANCO, Augusto com o pseudônimo de Marc Telien (1986-2001): Man Tum

 

1985

FRANCO, Augusto (1985): Autonomia e partido revolucionário

 

 

LINHA DE VIDA DE AUGUSTO DE FRANCO

 

1950

Augusto Cesar Antunes de Franco nasce no Rio de Janeiro, filho do alpinista e artesão Francisco Natal de Franco e de Carmen Antunes de Franco.

 

1955

No início de outubro, entra irregularmente, como aluno-ouvinte, na primeira série do ensino fundamental da Escola Estadual Rodrigues Alves, que ficava à época ao lado do Palácio do Catete (a falta de idade foi compensada porque aos 5 anos, em virtude do homeschooling, já sabia ler e escrever). Possivelmente violando as regras, a diretora da escola resolve passá-lo à série seguinte.

 

1960

É fragorosamente reprovado no exame de admissão ao Colégio Militar do Rio de Janeiro (obtendo nada mais do que 0,7 na prova de matemática).

 

1961

Entra no Colégio Pedro II, onde, dois anos depois, é aluno de Fernando Lemos, com quem, afinal, aprende a ler e a escrever.

 

1964

Devora o livro O Universo e o Dr. Einstein e apaixona-se pela Teoria da Relatividade, adotando essa obra de divulgação de Lincoln Barnet (1948) como uma espécie de missal.

 

1968

Ingressa no meio do ano no Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro, logo após a cassação, pela ditadura militar, do diretor Leite Lopes. Se junta, de pronto, a um grupo de alunos outsiders interessados em cibernética e, logo depois, a outro grupo de professores e estudantes interessados em Fundamentos da Física.

 

1970

Começa a fazer parte daquela que seria a última geração de discípulos de Plinio Sussekind Rocha em Filosofia da Ciência. Plínio (também cassado em 1968 pelo AI5) era kantiano e um kantiano do tipo de Bertrand Russell (não o dos “Problemas da Filosofia”, de 1912, mas o Russell da maturidade, de “O Conhecimento Humano”). Plínio, Alexandre Sérgio da Rocha, o novo diretor do Instituto de Física (um heterodoxo físico teórico, admirador da filosofia Sankhya), outro professor de física, Sérgio Murillo Abrahão (que trabalhava com Tempo na Mecânica Quântica), Augusto e mais dois colegas – Marco Antônio Sperb Leite e Fernando Buarque de Nazareth – formam uma espécie de grupo de filosofia, que se reúne semanalmente na casa do primeiro (um apartamento ínfimo cheio de livros até o teto, na Cruz Vermelha) e na sala do segundo, no Fundão, de onde “comandam” a resistência intelectual aos professores que estavam voltando dos USA para implantar pós-graduações em Estado Sólido e Física de Partículas.

 

1972

Plínio falece. Mantém nesta época (desde 1968) uma vida tripla: estudioso de filosofia da ciência, militante estudantil e iniciante em outros estudos de filosofias mais heterodoxas. As duas últimas atividades lhe renderão um “exílio” do Rio de Janeiro. Vai morar no Sul de Minas, juntamente com Fernando Buarque. Sem recursos suficientes, os dois chegam a passar fome e frio na Serra da Mantiqueira.

 

1974

Volta ao Rio de Janeiro e à UFRJ no ocaso do governo Médici. Leciona no Instituto Bennett de Ensino e em vários colégios da cidade.

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1975

Escreve um livro, jamais publicado, sobre Kepler (cujos originais foram perdidos). Elabora uma análise original da Lei da Inércia de Descartes e uma nova formulação lógico-matemática para a segunda Lei de Newton.

 

1977

Na falta de qualquer perspectiva política no Rio de Janeiro, muda-se para Goiânia. No final do ano vai morar em uma distante periferia da capital (chamada Parque Amazônia), na época uma favela. Permanece morando nessa favela pelos 7 anos seguintes.

Em Emaus (chácara dos dominicanos na zona rural do município de Abadiânia em Goiás) conhece Frei Mateus Rocha, de quem fica amigo. Frequenta um longo curso de cristologia da libertação com esse heterodoxo frade dominicano. Frei Mateus (José Rocha) havia sido assistente de JEC (Juventude Estudantil Católica) e responsável pela iniciação política de uma geração de jovens de Belo Horizonte, dentre os quais Herbert de Souza (o Betinho).

 

1979

Retoma o trabalho político, funda o CRD – Centro de Reflexão e Documentação, uma associação civil sem fins lucrativos que produz textos de educação política, grava e reproduz cantos dos lavradores de Goiás.

No final do ano funda, juntamente com Alberto Gomes de Oliveira (o Bacurau) e várias lideranças camponesas, o MT – Movimento dos Trabalhadores.

Viaja por todas as regiões de Goiás, convivendo com o povo da terra durante os 8 anos seguintes.

 

1981

Escreve um livro didático sobre o desenvolvimento da mecânica teórica que nunca foi publicado (e cujos originais foram perdidos).

 

1982

Começa a fazer parte da primeira direção nacional do Partido dos Trabalhadores (na qual permanecerá até meados de 1993).

 

1985

Publica seu primeiro livro, Autonomia e Partido Revolucionário, uma crítica à teoria leninista da organização.

 

1986

Escreve a primeira versão da novela Man Tum (que só será publicada em 2001, sob o pseudônimo de Marc Telien).

 

1988

Encerradas as atividades do CRD, muda-se para São Paulo para dirigir a Fundação Nativo da Natividade (organização que fundou no mesmo ano, quando ainda estava em Goiânia).

 

1990

Publica A nova geração: crise e reflorescimento, um livro sobre o papel desempenhado pelos mitos na estruturação dos padrões coletivos de apreensão do mundo e de ação sobre o mundo.

Passa a fazer parte da Executiva Nacional do PT e integra a sua Comissão Política.

 

1991

Coordena o Primeiro Congresso do Partido dos Trabalhadores.

 

1992

Muda-se para Brasília. Mergulha um ano inteiro em investigações sobre o confronto entre as vertentes mítico-sacerdotais e utópico-proféticas na formação das matrizes do pensamento ocidental. A volumosa obra resultante dessa investigação (intitulada “Mashiach”) chegou a ser escrita, mas jamais foi publicada e tanto os originais manuscritos quanto os datilografados foram perdidos.

 

1993

Funda o Instituto de Política no Centro de Estudos Avançados e Multidisciplinares da Universidade de Brasília (UnB), juntamente com Roberto Aguiar (que depois seria reitor da mesma universidade). De 1993 a 2000, à frente do Instituto de Política, coordena cerca de uma dezena de grandes encontros nacionais e regionais para o debate de temas estratégicos relacionados ao desenvolvimento do país envolvendo, no total, mais de 3 mil pessoas. Foram sete anos de discussões preparatórias que redundaram em uma Agenda de Desenvolvimento Humano e Social Sustentável para o Brasil do Século XXI e ensejaram a constituição do Fórum Brasil Século XXI.

Abandona o Partido dos Trabalhadores (e decide jamais entrar em qualquer partido).

 

1994

Coordena a plenária final da I Conferência Nacional de Segurança Alimentar e torna-se Secretario Executivo Nacional da Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida (mais conhecida como Campanha do Betinho).

Apaixona-se pelo desenvolvimento local.

 

1995

A convite de Ruth Cardoso entra no Conselho da Comunidade Solidária, juntamente com outros líderes da Ação da Cidadania: Betinho, Dom Luciano Mendes de Almeida e Ney Bittencourt de Araújo.

Publica Ação Local: A Nova Política da Contemporaneidade.

 

1996

Funda a Rede Alpa – Ação Local em Alto Paraíso de Goiás, na Chapada dos Veadeiros, onde passa a experimentar metodologias de indução do desenvolvimento local nos três anos seguintes (trabalho que dará origem à chamada Metodologia do DLIS – Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável, que será aplicada em larga escala em todas as regiões do Brasil).

Entre 1996 e 2002, como membro do Comitê Executivo do Conselho da Comunidade Solidária, coordena 14 Rodadas de Interlocução Política – realizadas na Granja do Torto, em Brasília – com o objetivo de contribuir para a construção de entendimentos estratégicos em torno de uma agenda de prioridades, medidas, instrumentos e procedimentos de ação social do Estado e da sociedade para o enfrentamento da pobreza e exclusão social e para a promoção do desenvolvimento humano e social sustentável, por meio da construção progressiva de consensos. As 14 Rodadas de Interlocução Política – contando com a participação de dirigentes governamentais, de representantes de movimentos sociais e de organizações da sociedade civil, de empresários, intelectuais e jornalistas, envolvendo cerca de 500 pessoas – geraram novas leis, novos programas e novas medidas de desenvolvimento social. Como principais resultados desse trabalho destacam-se: a aprovação da Lei nº 9.608/98, que define o trabalho voluntário e estabelece a inexistência de vínculo empregatício e suas obrigações trabalhistas e previdenciárias; a Lei nº 9.790/99, que dispõe sobre a qualificação de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP, institui e disciplina o Termo de Parceria; a Lei nº 10.194/01, que cria as Sociedades de Crédito ao Microempreendedor – SCM, nova figura jurídica para a participação da iniciativa privada no setor microfinanceiro; e a criação do Programa Comunidade Ativa, em 1999, com o objetivo de induzir processos de DLIS em municípios de pequeno porte.

 

1997

Publica O novo partido: a crise da forma-partido tradicional e o surgimento de novos sujeitos políticos na sociedade brasileira.

 

1998

Publica O Complexo Darth Vader (mas em seguida interrompe a distribuição e tenta recolher os exemplares distribuídos). O livro seria reeditado em parte, em versão digital, em 2010.

 

1999

Depois de 20 meses de articulação é aprovada pelo Congresso Nacional a chamada Lei das Oscips (Lei 9790/99), projeto que coordenou a partir de 1996.

Publica Por que precisamos de DLIS – Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável (livro que vai atingir a marca de mais de 50 mil exemplares vendidos em quatro edições sucessivas).

Publica o artigo A reforma do Estado e o terceiro setor na coletânea organizada por Bresser Pereira, Lourdes Sola e Jorge Wilheim, intitulada Sociedade e Estado em transformação.

 

2000

Com o apoio do Sebrae Nacional, trabalha na fundação da AED – Agência de Educação para o Desenvolvimento uma iniciativa pública do SEBRAE, em parceria com o PNUD, com a UNESCO, com o antigo programa Comunidade Ativa (substituído pela Associação Projeto DLIS no final de 2002) e com a ARCA – Sociedade do Conhecimento, uma Oscip constituída para operar o Programa.

Publica Além da Renda: a pobreza brasileira como insuficiência de desenvolvimento (livro que vai atingir três edições sucessivas).

Publica, em coautoria com Ruth Cardoso e Miguel Darcy, o livro Um novo referencial para a ação social do Estado e da sociedade.

Publica Uma nova utopia para uma nova via na Agenda de Desenvolvimento Humano e Sustentável para o Brasil do Século 21 (Instituto de Política / PNUD).

 

2001

Integra o Conselho Deliberativo Nacional do Sebrae como representante do Ministério do Planejamento.

Publica Capital Social: Leituras de Tocqueville, Jacobs, Putnam, Fukuyama, Maturana, Castells e Levy.

Escreve o roteiro e produz um filme longa-metragem chamado Emprecorde.

No final do ano começa a enviar uma correspondência quinzenal intitulada “Cartas DLIS”, para milhares de agentes de desenvolvimento e outras pessoas interessadas no assunto, do Brasil e de alguns países de língua portuguesa. A publicação, que adotará posteriormente o nome de “Carta Capital Social” e, depois, de “Carta Rede Social”, sendo enviada para cerca de 10 mil pessoas, será mantida até a edição 202 (em novembro de 2009).

 

2002

Participa, juntamente com Ruth Cardoso e outros da fundação da Comunitas.

Publica, em coautoria com Ruth Cardoso, Miguel Darcy e Tereza Lobo, o livro Fortalecendo a sociedade, promovendo o desenvolvimento (organizado pela jornalista Carla Rodrigues).

 

2003

Publica A Revolução do Local: Globalização, Glocalização, Localização e Terceiro setor: a nova sociedade civil e seu papel estratégico para o desenvolvimento.

Publica o artigo Globalização e crise do estatismo no Brasil na coletânea organizada por Fernando Calderón Es sostenible la globalización en America Latina: debates com Manuel Castells (Santiago: Fondo de Cultura Económica) – resultado de seminário de que participou, em 2002, na Bolívia, juntamente com um grupo de intelectuais latino-americanos, com Castells.

Constrói a Cidade do Conhecimento, uma área de 90 mil metros quadrados no Km 6,5 da Rodovia DF 250 para sediar as atividades da AED.

 

2004

Publica O lugar mais desenvolvido do mundo: investindo no capital social para promover o desenvolvimento comunitário, uma espécie de guia para agentes de desenvolvimento local, que atinge em três edições a tiragem de 15 mil exemplares.

A AED encerra suas atividades em outubro.

Começa a trabalhar como palestrante e consultor de grandes empresas nas áreas de responsabilidade corporativa e sustentabilidade empresarial e a dar aulas (como professor convidado) na FDC – Fundação Dom Cabral, em MBAs e em outros programas (sobretudo de sustentabilidade).

 

2005

Começa a escrever com regularidade na página 3 do jornal Folha de São Paulo (atividade que mantém – cada vez com menor frequência – até 2010).

Publica o artigo Desenvolvimento e capital social na coletânea organizada por Xico Graziano, Diala Vida e Ana Maria Pacheco, intitulada Renovar ideias: desenvolvimento, qualidade de vida e democracia no Brasil moderno.

Publica o artigo A nova sociedade civil e seu papel estratégico para o desenvolvimento na coletânea organizada por Evelyn Levy e Pedro Drago, intitulada, Gestão pública no Brasil contemporâneo.

 

2006

Muda-se no início do ano para Porto Alegre, para acompanhar a nascente experiência da Governança Solidária Local, programa que elaborou como consultor da UNESCO.

Começa a prestar consultoria regular para a presidência da FIEP – Federação das Indústrias do Estado do Paraná, onde organiza a Rede de Participação Política e, posteriormente, as Redes de Desenvolvimento Local (atividades que se manterão até o final de 2011).

 

2007

Publica Alfabetização Democrática: o que podemos pensar (e ler) para mudar nossa condição de analfabetos democraticos.

Publica o artigo Blogs e democracia na coletânea organizada por Rosa Cano e Francisco Polo, intitulada El Gran Guia de los Blogs (Barcelona: El Cobre, 2007).

 

2008

Projeta, co-organiza e preside o comitê científico da CMDC – Conferência Mundial sobre Desenvolvimento de Cidades, evento que reunirá cerca de 7 mil pessoas em fevereiro, na PUCRS.

Organiza a publicação, juntamente com Jandira Feijó, do livro Olhares sobre a experiência da Governança Solidária Local de Porto Alegre e, com Thamy Pogrebinschi, do livro Democracia cooperativa: escritos políticos escolhidos de John Dewey 1927-1939 (ambos em co-edição CMDC/PUCRS).

Produz a tradução e a edição em português e escreve a apresentação do livro de David de Ugarte, O poder das redes.

Muda-se para Curitiba em junho, com o objetivo de fundar a Escola-de-Redes. Publica, com o selo da Escola-de-Redes, Novas visões sobre a sociedade, o desenvolvimento, a internet, a política e o mundo glocalizado e Tudo que é sustentável tem o padrão de rede: sustentabilidade empresarial e responsabilidade corporativa no século 21. Publica a partir deste ano, pela Escola-de-Redes, algumas dezenas de livros e artigos.

Começa a prestar consultoria para a empresa Vivo e assessoria permanente para o Instituto Vivo, onde participa da fundação da Rede Vivo Educação e co-organiza, nos anos seguintes, os seminários A Sociedade em Rede e a Educação (2009-2010).

 

2009

A partir do início do ano dedica-se intensamente à Escola-de-Redes, fundada em meados do ano anterior nos arredores de Curitiba e impulsionada pela criação da plataforma em dezembro de 2008.

Muda-se em maio para Campos do Jordão e, a partir de setembro, para São Paulo (ficando com duas residências).

Fala em novembro no TEDxSP.

 

2010

Projeta e preside o comitê científico da CICI2010 – Conferência Internacional de Cidades Inovadoras e co-organiza, na Escola-de-Redes, a CIRS1 – Conferência Internacional sobre Redes Sociais (ambas realizadas em março, em Curitiba).

Publica, com o selo da Escola-de-Redes, a versão digital da coletânea, 2009: Dez escritos sobre redes sociais.

Republica, com o selo da Escola de Redes, em versão digital resumida e extensamente modificada, o livro Alfabetização Democrática com o novo título de Democracia: um programa autodidático de aprendizagem.

Publica, em interação com Nilton Lessa, a quarta versão do artigo Buscadores & Polinizadores: o auto-didatismo e a livre aprendizagem humana em uma sociedade inteligente & o alter-didatismo e as comunidades de aprendizagem na emergente sociedade em rede.

 

2011

Publica a versão digital e preliminar de Fluzz: vida e humana e convivência social nos novos mundos altamente conectados do terceiro milênio.

Projeta e preside o comitê científico da CICI2011 – Conferência Internacional de Cidades Inovadoras e co-organiza, na Escola-de-Redes, a CIRS2 – Conferência Internacional sobre Redes Sociais (ambas realizadas em maio, em Curitiba).

Organiza uma coletânea de 16 textos publicados pela Escola-de-Redes, a partir de 2008, chamada Quatro Tetralogias: das redes sociais – Redes sociais: você pode fazer (2009), O poder nas redes sociais (2009), Redes são ambientes de interação, não de participação (2010) e É o social, estúpido (2011); do novo modo de fazer política – Lado (2007), Você é o inimigo (2009), A lógica da abundância (2009) e Como se tornar um netweaver (2011); da desobediência – Cada um no seu quadrado (2009), A desastrosa ideia de sucesso (2009), Desobedeça (2010) e Resista à tentação de pertencer a um grupo (2011); do desenvolvimento local – Desenvolvimento, capital social, redes sociais e sustentabilidade (2005), Desenvolvimento, capital social e democracia (2008), A independência das cidades (2009) e Reinventando o desenvolvimento local (2011).

Desenha, juntamente com Cacau Guarnieri, o social game O Melhor Lugar do Mundo.

Fala no TEDxCuritiba.

Funda a empresa-em-rede Netweaving HCW (uma experiência inicial que não perdurará).

Participa da elaboração, no Centro Ruth Cardoso, do Festival de Ideias Inovadoras sobre Desenvolvimento Social.

Passa a fazer parte do grupo de pioneiros da iniciativa Crowdbusiness.

Publica em formato digital o livro Vida e morte das empresas na sociedade em rede (que ultrapassará 5 mil views em menos de duas semanas). E, em seguida, o artigo Facebook: Darth Zuckerberg e seu cavalo de troia.

Deixa a casa em Campos do Jordão em outubro, ficando apenas com residência em São Paulo.

 

2012

Publica, em interação com Nilton Lessa, o artigo Multiversidade: da Universidade dos anos 1000 à Multiversidade nos anos 2000.

Organiza DOJO Nave: um projeto que tem objetivo (1) realizar programas de aprendizagem sobre redes sociais, (2) instalar campos de co-creation sobre tecnologias de netweaving e (3) ensaiar processos de multiversidade.

Publica Co-Criação: Reinventando o conceito.

Publica Small Bangs: instruções para construir uma bomba criativa.

Reedita e publica em 9 volumes a Série FLUZZ.

Publica Hierarquia: a Matrix realmente existente.

Republica (em versão revista e ampliada) Democracia: um programa autodidático de aprendizagem.

 

2013

Em janeiro de 2013 funda o LABE=R (Laboratório da Escola-de-Redes).

No final de janeiro também vem à luz a edição em papel do livro Hierarquia: Explorações na Matrix Realmente. Em seguida é lançada a edição digital da tradução para o inglês Hierarchy: Explorations about The Matrix that really exists

É realizada a filmagem e o lançamento do filme de longa metragem, do cineasta Mario Salimon, Hierarquia: Conversas depois do fim de um mundo, um documentário sobre a vida e a obra de Augusto de Franco e seus amigos.

Em maio começa a escrever o livro A Terceira Invenção da Democracia, cuja primeira versão completa ficou pronta em 18 de dezembro.

Em junho organiza, na Cinemateca Brasileira, o quarto grande encontro do Festival de Ideias (que começou em 2011), com a presença de Manuel Castells.

2013 foi o ano dos grandes swarmings de 17 e 18 de junho no Brasil. Sobre isso publica um opúsculo: Os 7 dias que abalaram o Brasil

Começa a desenvolver a iniciativa Netweaving Technologies, que aplicou processos de rede em várias empresas (grandes e pequenas), a começar da Natura e, depois, do Tribanco (Grupo Integrado Martins).

Publica o pequeno texto Empreendimentos em rede: tendências e desafios.

Publica uma coletânea de Escritos Espirituais (todos de 2013).

E em agosto, no LABE=R, inicia – juntamente com os amigos que participaram do filme Hierarquia – o NEXT – Programa de Investigação-Aprendizagem sobre a Transição de Hierarquia para Rede.

O LABE=R serviu de ambiente para a realização de vários programas de aprendizagem, dentre os quais Introdução às Redes Sociais, Como se tornar um Netweaver e duas edições do curso Rede e Inovação em Empresas.

 

2014

Inicia, a partir do Laboratório da Escola-de-Redes, o curso online (de 15 módulos e 4 meses de duração) intitulado Democracia e Redes Sociais, um programa de aprendizagem democrática que parte de uma visão social da democracia.

Durante todo o ano ocorre o NEXT do NEXT, com seções semanais em nova sede do LABE=R em São Paulo.

 

2015

Realiza, de janeiro a maio, o programa de aprendizagem online 100 Dias de Verão, um projeto de investigação-aprendizagem democrática pelo exercício do reconhecimento de padrões autocráticos. Inicialmente o projeto foi baseado em 10 livros clássicos de ficção e 10 filmes.

Em março muda-se de São Paulo para Campos do Jordão para fundar, juntamente com outros membros da Escola-de-Redes, um Fórum de Inovação Permanente (nome inicial do novo LABE=R no contexto da migração para Campos do Jordão).

Começa a formular os fundamentos de uma nova teoria interativista (não-cognitivista) da aprendizagem.

Elabora e ministra, de abril a junho, juntamente com outros membros da Escola-de-Redes, o programa de aprendizagem intitulado Educação: Tem Solução? baseado em leituras fundamentais para quem quer reinventar a educação.

Elabora e ministra, juntamente com outros membros do LABE=R, os programas Inova-Edu (uma tecnologia social de criação de ambientes inovadores de aprendizagem) e O que você precisa saber sobre redes (uma problematização dos principais mitos que circulam sobre as redes sociais com o desafio de descobrir o que elas são e como realmente funcionam).

Integra o lançamento da Plataforma Redes, um ambiente interativo de aprendizagem.

Lança, juntamente com outros membros do LABE=R, o projeto Nan Dai: Hospedagem Criativa, tendo como primeiro cliente a Diretoria de Sustentabilidade de uma grande empresa nacional.

 

2016

Inicia uma nova consultoria sobre redes para a Diretoria de Sustentabilidade de uma grande empresa.

Lança o projeto Humana, um projeto de investigação, iniciado por pesquisadores da Escola-de-Redes, sobre uma nova teoria interativista da aprendizagem. Na plataforma Humana.Social é aberta uma Comunidade de Investigação que reúne pesquisadores do tema.

Inicia um trabalho de reformatação de um grande programa social.

Começa a desenvolver Nabucodonosor – Sistemas Alternativos ao Controle Hierárquico.

 

2017-2018

Em atualização

 

INVESTIGAÇÕES EM ANDAMENTO (a partir de 2016)

Democracia como modo de vida | A transição de um olhar platônico para um olhar protagoriano (quando as academias virarão democracias). A democracia como processo intermitente de desconstituição de autocracia. A democracia como um erro no script da Matrix ou como uma janela para o simbionte social poder respirar. O processo de democratização na base da sociedade e no cotidiano do cidadão: em que medida é possível democratizar a família, a escola e a universidade, as igrejas, as organizações da sociedade civil e as empresas? A transição da sociedade hierárquica para uma sociedade em rede: por que não é possível substituir as instituições sociais atuais por outras entidades mais democráticas (a transição que não será substituição). Como usar a democracia para desprogramar seis milênios de cultura autocrática.

Reconhecimento de padrões | Pode haver uma ciência propriamente dita de reconhecimento de padrões baseada numa ampliação do conceito de isomorfismo? Reconhecimento de padrões como chave para decifrar códigos de programação da rede social que se replicam em diferentes regiões do tempo. A rede como fluxo e a programação da rede como reprogramação do tempo. As problemáticas da sintonia, da sinergia e da simbiose entre pessoas que estão vivendo em diversos ambientes (e que mesmo estando aparentemente co-presentes estão vivendo em outras regiões do tempo: a não-contemporaneidade). A aplicação da “teoria” do reconhecimento de padrões para explicar a resiliência dos padrões autocráticos da civilização patriarcal.

OpenScience | Por que as ciências do segundo milênio não foram open sciences. O conceito de código da ciência para além do conceito kuhniano “sindical” de paradigma. A ciência inventada pelos epistemólogos racionalistas da passagem do século 19 para o século 20 e as ciências não-mecanicistas passadas e futuras. Como abrir o código da ciência mecanicista. Como tornar abertas as investigações. Como compartilhar recursos entre diversos investigadores. Como criar novos ambientes compartilhados de investigação-aprendizagem organizados em rede e regidos democraticamente (processos de multiversidade abertos no lugar de ambientes fechados de universidade). Como examinar outros códigos de possíveis ciências diferentes da ciência atual. Como manter abertos os códigos das novas ciências da complexidade que já estão emergindo ou vão surgir no terceiro milênio.

Teoria Interativista da Aprendizagem | Uma nova visão da aprendizagem não-cognitivista, ou seja, não baseada em uma teoria do conhecimento e sim numa teoria da alostase social. A aprendizagem como processo interativo: somente redes podem aprender. As diferenças entre a aprendizagem que ocorre em seres vivos (organismos, partes de organismos e ecossistemas), em redes de seres vivos (conjuntos de seres vivos em interação), em redes de seres não-vivos (capazes de interagir) e em seres sociais (pessoas ou redes de pessoas). Como o animal humano (o indivíduo da espécie Homo Sapiens) aprende por meio de processos que são comuns aos seres vivos. Porque esses processos são interativos (e não-instrutivos). Como os seres humanos podem aprender por meio de processos que não são comuns aos seres vivos, mas que ocorrem apenas entre humanos: quais as características dessa aprendizagem tipicamente humana. Por que, na aprendizagem tipicamente humana, quem aprende é a pessoa. Como, quando aprende, a pessoa se modifica. Por que a pessoa se modifica quando muda de comportamento no relacionamento com outras pessoas (alostase social). Por que e como, quando a pessoa se modifica, modificam-se necessariamente a topologia e a dinâmica do emaranhado (a rede) onde ela está e é (quer dizer, existe como pessoa). Por que, quando a pessoa se modifica, criam-se novos mundos sociais (novos emaranhados, novas redes). Por que toda aprendizagem tipicamente humana é criativa, não reprodutiva. Como justificar, segundo um ponto de vista interativista (e não individual) que o único fundamento da aprendizagem tipicamente humana é a liberdade (que depende da livre-interação entre pessoas). E por que toda aprendizagem tipicamente humana é livre-aprendizagem. A abordagem da livre-aprendizagem como um ato criativo: como uma criação-entre (alterpoiese).

Alma e rede | Por que o que chamamos de alma é uma interiorização por espelhamento — sempre única a cada vez — dos relacionamentos que produzem humanidade. A humanidade como qualidade da alma e não como uma coleção de indivíduos de uma espécie biológica. A explicação de por que o que produz humanidade são os mesmos eventos que produzem o ente social que chamamos de pessoa; ou seja, o humano propriamente dito. Como enfrentar o desafio brutal de reler e reescrever — para além do último Hillman e da Nova Ciência das Redes — tudo que foi dito para o indivíduo à luz dessa concepção.  Todo ser humano como o primeiro exemplar de uma nova espécie social.

O simbionte social | O tema começou a ser tratado em 1996. Tudo parte da hipótese de que o social é uma outra criação (a pessoa como clone social). Não há, ainda, uma ementa redigida desse projeto. Transcreve-se a seguir algumas anotações feitas em setembro de 2013 pelo autor. “Imagine que as outras pessoas fazem parte de você; ou seja, que você e as outras pessoas fazem parte de um mesmo organismo. Cada pessoa, por certo, é diferente das demais, é sempre unique, inclusive porque desempenha, a cada momento, uma função particular nesse organismo, ainda que não determinada pela sua posição no organismo. Assim, as funções particulares de cada pessoa não são fixas, mas variam com o fluxo interativo que rege o metabolismo do organismo e que, em certo sentido, é o próprio organismo. O organismo em questão não é uma hierarquia, mas uma rede. O organismo é composto por pessoas, não por indivíduos. Isso significa que o organismo é social, não biológico. O organismo é fractal, não unitário: cada pessoa faz parte do organismo, mas também é o próprio organismo, em prefiguração. Ou seja, as pessoas só existem como tais enquanto estão prefigurando o organismo. O organismo não existe, porém existirá. Não porque só possamos percebê-lo movendo-se solidariamente, dançando como um corpo, como um organismo mesmo, a partir de níveis altíssimos de interatividade que ainda não foram alcançados, mas porque seu tempo ou modo-de-ser é o futuro. No presente, porém, existem as pessoas. Só o presente existe (passado e futuro são modos de narrá-lo). No modo futuro existe o simbionte social, mas no presente só as pessoas. Quando o futuro da não-hierarquia chegar, será presente. O presente das pessoas”.

 

ONDE ENCONTRAR O QUE AUGUSTO DE FRANCO PUBLICA

1) Sobre redes em geral:

a) Na Escola-de-Redes http://escoladeredes.net

b) Na Biblioteca Auguto de Franco da E=R http://escoladeredes.net/group/bibliotecaaugustodefranco

2) Sobre política e democracia (artigos políticos e textos teóricos):

No site http://dagobah.com.br

3) Sobre aprendizagem:

No site http://humana.social

4) Sobre todos os assuntos acima (mas só às vezes):

No Medium: https://medium.com/@augustodefranco

6) Sobre sistemas alternativos ao controle hierárquico:

Em Nabucodonosor: http://nabucodonosor.com.br/

7) Sobre tudo (ou quase):

a) No Facebook: https://www.facebook.com/augustodefranco

b) No Twitter: https://twitter.com/augustodefranco

c) No Slideshare: http://www.slideshare.net/augustodefranco