1QUANDO COMEÇA O PROGRAMA?
O programa Democracia&Redes Sociais tem a data do seu início em destaque no topo desta página. Neste dia, o conteúdo de TODO o programa estará disponibilizado na plataforma de aprendizagem cujo acesso você recebe logo após a confirmação da sua compra.
2COMO ACESSO OS CONTEÚDOS DO PROGRAMA?
Após o programa estiver sido liberado, basta você acessar a Plataforma de Aprendizagem com seu nome de usuário e senha, que são enviados para você logo após a confirmação de sua compra.
3COMO FUNCIONA O PROGRAMA?
O programa é composto por 15 módulos. Você deve seguir a sequência. Quando concluir um módulo (enviando a resposta do teste) você segue para o módulo seguinte. Você pode fazer o programa no seu próprio ritmo. Para fazer cada módulo você deve seguir a sequência abaixo: Primeiro: assistir o vídeo. Segundo: ler o texto (e, de preferência, as indicações bibliográficas). Terceiro: fazer o teste e enviar as respostas. É importante interagir no grupo correspondente a cada módulo.
4PRIVACIDADE GARANTIDA
Se você desejar, sua identidade será preservada. Se for seu caso, entre em contato conosco logo após sua compra ser efetivada.
Alguma outra dúvida? Envie um email para contato@redes.org.br
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1AS INVENÇÕES DA DEMOCRACIA
O que é democracia? Qual o sentido da primeira invenção da democracia pelos atenienses? Em que medida esse sentido se manteve quando os europeus modernos reinventaram a democracia? A segunda invenção da democracia (pelos modernos) continua adequada na transição atual para uma sociedade-em-rede?
2UMA ABORDAGEM SOCIAL DA DEMOCRACIA
Por que e como foi inventada a democracia: há uma explicação propriamente social para a questão? Qual seria uma abordagem da democracia compatível com mundos de alta interatividade (como os que, em certa medida, já estamos vivendo)?
3A FENOMENOLOGIA DA INTERAÇÃO EM MUNDOS ALTAMENTE CONECTADOS
O que é sociedade-em-rede e o que são redes sociais? Qual a nova fenomenologia da interação que já está se manifestando na sociedade-em-rede?
4O QUE É APRENDER DEMOCRACIA
Por que é necessária uma alfabetização democrática? É possível ensinar democracia? O que é aprender democracia?
5POLÍTICA, VERDADE, CIÊNCIA E OPINIÃO
Existe uma verdade política? A política é uma ciência? Quais as diferenças entre episteme, techné e doxa? Os seres humanos são capazes de se autoconduzir a partir de suas livres opiniões?
6POLÍTICA, GUERRA E PAZ
A política é uma continuação da guerra por outros meios? A política democrática é uma “arte da guerra” ou uma “arte da paz”? A democracia é uma questão de ‘modo’ ou uma questão de ‘lado’?
7LIBERDADE E IGUALDADE
O sentido da política democrática é a liberdade ou a igualdade? “Não adianta ter democracia se o povo passa fome”: essa afirmação é democrática ou antidemocrática?
8DEMOCRACIA COMO REGIME DA MAIORIA OU DAS MÚLTIPLAS MINORIAS
A democracia é o regime da maioria? Quem tem maioria sempre tem legitimidade? Opinião pública é a soma das opiniões privadas da maioria da população?
9FALHAS GENÉTICAS DA DEMOCRACIA
A democracia tem proteção eficaz contra o discurso inverídico? A democracia tem proteção eficaz contra o uso da democracia contra a democracia? Quais os problemas da democracia representativa ser confundida pelos seus atores (para todos os efeitos práticos) com sistema eleitoral? A democracia representativa, ao virar um modo político de administração de uma estrutura desenhada para a guerra (o Estado-nação) adotou uma dinâmica adversarial (dita competitiva): em que medida isso dificulta a constituição de um sentido público?
10PRINCÍPIOS DEMOCRÁTICOS
A democracia representativa tem regras? Quais são essas regras e em que princípios elas se baseiam?
11A POLÍTICA COMO UTOPIA DA DEMOCRACIA
É possível democratizar a sociedade sem democratizar a política? A democracia é uma utopia da política (ou é o contrário)?
12A DEMOCRATIZAÇÃO OU RADICALIZAÇÃO DA DEMOCRACIA
É possível democratizar a democracia? Os problemas da democracia representativa podem ser solucionados nos marcos da própria democracia representativa? Esses problemas podem ser solucionados com a abolição da democracia representativa? É possível reinventar a democracia? É desejável fazer isso?
13NOVAS CARACTERÍSTICAS DA DEMOCRACIA NA SOCIEDADE EM REDE
Quais as principais características que novas experiências de democracia deveriam ter para ser mais compatíveis com a sociedade-em-rede? Democracia distribuída ou descentralizada? Democracia interativa ou participativa (e adesiva)? Democracia direta ou indireta? Democracia com ou sem revocabilidade? Democracia com lógica da abundância ou da escassez? Democracia de multidões ou comunidades (ou ambos)? Democracia cooperativa ou competitiva? Democracias globais, locais ou glocais? Uma nova fórmula ou muitas fórmulas de democracia? Democracia em países (Estado-nações) ou ilhas democráticas na rede?
14LEITURAS FUNDAMENTAIS SOBRE DEMOCRACIA
A primeira invenção da democracia: o que ler? A segunda invenção da democracia: o que ler?
15A TERCEIRA INVENÇÃO DA DEMOCRACIA
As novas democracias na sociedade-em-rede: o que inventar? A democracia como modo-de-vida: como ensaiar uma nova política não apenas no Estado, mas na sociedade? O processo de democratização na base da sociedade e no cotidiano do cidadão: em que medida é possível democratizar a família, a escola e a universidade, as igrejas, as organizações da sociedade civil e as empresas? A transição da sociedade hierárquica para uma sociedade em rede: é possível substituir as instituições sociais atuais por outras entidades mais democráticas? Como usar a democracia para desprogramar seis milênios de cultura autocrática?
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Até o fim do século 20


Sobre a democracia dos gregos

A maior parte da literatura da época antiga disponível, ou é contrária à democracia (Platão), ou não é grande entusiasta do regime de Péricles (Aristóteles). Essas duas abordagens, infelizmente, sulcaram o caminho por onde escorreram quase todas as versões posteriores, que raramente deram conta de captar o meme democrático original. Na ausência de qualquer texto autoral de Péricles, é necessário estudar a sua vida. As fontes são pouquíssimas: “A guerra dos peloponesos” de Tucídides, a “Vida de Péricles” (nas “Vidas paralelas”) de Plutarco, além, é claro de “A constituição de Atenas” de Aristóteles (ou a ele atribuída). Dos antigos, temos ainda apenas algumas referências feitas pelos poetas cômicos, “A República dos atenienses” (atribuída a Xenofonte ou a um suposto “Velho Oligarca”) – que não faz referência a Péricles, mas contradiz o relato de Tucidides na célebre “Oração Fúnebre” que teria sido pronunciada por Péricles ao final do primeiro ano da Guerra do Peloponeso – e as “Memoráveis” (sobre os ditos e feitos memoráveis de Sócrates) de Xenofonte. De qualquer modo não se pode deixar de ler:
422 Eurípedes: “As Suplicantes”
420? Tucídides: “História da Guerra dos Peloponesos e Atenienses”
400-347 [entre] Platão: “A República”
400-347 [entre] Platão: “O Político”
400-347 [entre] Platão: “As Leis
350-322 [entre] Aristóteles: “A Política”
322? Aristóteles (atribuída): “A Constituição de Atenas”

As bases teóricas da reinvenção da democracia pelos modernos
Depois de longo interregno, Althusius, Spinoza e Rousseau lançaram os fundamentos para a reinvenção da democracia pelos modernos: a ideia de política como vida simbiótica da comunidade, a ideia de liberdade como sentido da política e a ideia de democracia como regime político capaz de materializar o ideal de liberdade como autonomia. Não se pode, portanto, deixar de ler:
1603 Althusius: “Política”
1670 Spinoza: “Tratado Teológico-Político”
1677 Spinoza: “Tratado Político”
1754 Rousseau: “Discurso sobre a origem da desigualdade dos homens”
1762 Rousseau: “O contrato social”

A experimentação moderna de um pensamento realmente democrático
Sob forte influência de certo pensamento inovador francês, as ideias democráticas germinaram e se materializaram, todavia, na América. Sobre essa experimentação não se pode deixar de ler:
1776 Thomas Jefferson et allia: “Declaração de Independência dos Estados Unidos da América”
1787-1788 “Publios” (Alexander Hamilton, John Jay e James Madison): “O Federalista” (em especial Madison (1987) em um comentário sobre a Constituição dos Estados Unidos)
1789 “Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão”
1791 Thomas Paine: “Direitos do Homem”
1835 Tocqueville: “A Democracia na América”
1849 Thoreau: “Desobediência Civil”
1856 Tocqueville: “O Antigo Regime e a Revolução”
1859 Stuart Mill: “Sobre a Liberdade”
1861 Stuart Mill: “Sobre o Governo Representativo”

Dois esforços bem-sucedidos de identificação de aspectos do genos (ou do meme original) democrático
John Dewey e Hannah Arendt conseguiram identificar o que havia de original na ideia de democracia: a democracia como modo-de-vida comunitária, essencialmente cooperativo, local, na base da sociedade o no cotidiano do cidadão e a democracia como sentido da política (ou como a política propriamente dita). Cabe ler suas principais obras sobre o tema; pelo menos:
1927 Dewey: “O Público e seus problemas”
1929 Dewey: “Velho e novo individualismo”
1935 Dewey: “Liberalismo e ação social”
1937 Dewey: “A democracia é radical”
1939 Dewey: “Democracia criativa: a tarefa que temos pela frente”
1950 (c.) Hannah Arendt: “O que é a política?”
1951 Hannah Arendt: “As origens do totalitarismo”
1954 Hannah Arendt: “Que é liberdade”
1958 Hannah Arendt: “A condição humana”
1963 Hannah Arendt: “Sobre a revolução”

Interpretações e visões democráticas modernas
Restaram-nos as interpretações modernas, que repõem, em parte, o sentido original da democracia, como, entre outras, a de Claude Lefort e a de Cornelius Castoriadis, ou que reinventaram tal sentido, como a de Humberto Maturana. Cabe ler, um pouco mais do que isso:
1981 Claude Lefort: “A invenção democrática: os limites da dominação totalitária”
1986 Cornelius Castoriadis: “Sobre ‘O Político’ de Platão” (edição póstuma (1999) de seminários realizados em 1986)
1988 Humberto Maturana: “Linguagem, emoções e ética no fazer político”
1993 Humberto Maturana: “A democracia é uma obra de arte”
1993 Humberto Maturana (com Gerda Verden-Zöller) (1993): “Amar e brincar: fundamentos esquecidos do humano – do patriarcado à democracia”
1993 John Rawls: “O liberalismo político”
1993 Robert Putnam: “Para que a democracia funcione” (Comunidade e Democracia: a experiência da Itália moderna)
1994 Pierre Levy: “A inteligência coletiva”
1998 I. F. Stone: “O julgamento de Sócrates”
1999 Amartya Sen: “Democracia como um valor universal”
1999 Amartya Sen: “Desenvolvimento como liberdade”

A leitura dos textos acima não é exigida nem antes e nem durante o programa, mas eles constituem as referências básicas para uma compreensão abrangente do pensamento democrático. Por isso, eles serão mencionados frequentemente no decorrer do curso. E vivamente recomendados para um programa autodidático de capacitação democrática que será sugerido como continuidade do curso.

 

Escritor, palestrante e um dos mais originais pensadores políticos contemporâneos. Investiga há vinte anos a formação do capital social, a morfologia e a dinâmica da sociedade-em-rede. É o criador e um dos netweavers da Escola-de-Redes - uma rede de investigação dedicada às redes sociais e à criação e transferência de tecnologias de netweaving. Autor de várias dezenas de livros e textos sobre desenvolvimento local, capital social, democracia e redes sociais. Sua obra sobre democracia fundamenta-se em extensa pesquisa história e teórica, aliada a uma leitura original e aplicada ao contexto contemporâneo da sociedade-em-rede.


Ação Local: a nova política da contemporaneidade (1995), Por que precisamos de Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável (1999), Capital Social: leituras de Tocqueville, Jacobs, Putnam, Fukuyama, Maturana, Castells e Levy (2001), A Revolução do Local (2003), O lugar mais desenvolvido do mundo (2004), Desenvolvimento, capital social e democracia (2005), Alfabetização Democrática (2007), Novas visões sobre a sociedade, o desenvolvimento, a internet, a política e o mundo glocalizado (2008), A independência das cidades (2010), O melhor lugar do mundo (2011), Reinventando o desenvolvimento local (2011), A nova política (2012), Democracia: um programa alterdidático de aprendizagem (2013), A Terceira Invenção da Democracia (2013)