Módulo 6

É uma crença muito comum que se alguém vai fazer uma rede precisa definir claramente o seu propósito. Mas o que seria propósito em uma rede social? A soma dos propósitos de cada membro (pessoa) da rede? Um propósito definido por uma liderança ou diretoria? Um propósito definido por votação, por sorteio, por consenso?
E o que significa "fazer uma rede"? Podemos fazer uma rede como quem monta uma organização? Como seria isto: escolhendo algumas pessoas para fazer parte da rede e impedindo que outras pessoas dela fizessem parte?
E o que significa "fazer parte" de uma rede senão estar conectado a ela ou interagindo com as outras pessoas da rede? Neste caso, como impedir que algumas pessoas interajam (ou seja, façam parte da rede)? Cortando as conexões? Fechando a rede?
Na verdade o que chamamos de rede é um campo interativo, cujas fronteiras não são físicas e sim de interação. Quem interage, está na rede: enquanto interage. Quando não interage, não está mais. Quando volta a interagir, volta a estar.
Podemos definir os propósitos que quisermos para uma rede voluntariamente articulada, mas o que vai valer de fato é o que for determinado, a cada instante, pela interação. Se a interação levar aquele emaranhado de pessoas para um propósito, nada do que foi estabelecido antes da interação valerá. As redes sociais são "bichos vivos" e, como tais, são self-propelled. Elas vão para onde as levam os fluxos interativos da convivência social.
Mas por que será que as pessoas acham importante definir propósitos para as redes sociais? Que tipo de confusão elas estão fazendo quando se preocupam com isso?