O que você precisa saber sobre redes | Módulo 3

Módulo 3

Atenção: você vai ler abaixo um texto provocativo, elaborado para estimular a conversação. Você não precisa concordar necessariamente com o conteúdo do texto provocativo e sim ficar atento às suas indagações. Todas as referências bibliográficas serão fornecidas oportunamente.

É uma confusão comum. As pessoas acham que descentralizar é não ter centro. Mas não ter centro é distribuir. Descentralizar é sinônimo de multicentralizar, quer dizer, hierarquizar. Por convenção, chamamos simplesmente de redes às redes mais distribuídas do que centralizadas. Redes mais centralizadas do que distribuídas são hierarquias. Hierarquias, sim, são descentralizadas.

As pessoas não sabem a diferença entre descentralizado e distribuído. Não percebem que descentralizado não é sem centro e sim com muitos centros. Sem centro é distribuído. Por que não perceber tal diferença impede ou dificulta o entendimento das redes?

A figura acima mostra os famosos diagramas de Paul Baran (1964), apresentados pela primeira vez no paper “On distributed communications". Note-se que os nodos estão no mesmo lugar, o que muda nos três desenhos é a topologia, a configuração dos fluxos.

Se fôssemos redesenhar o diagrama do meio de Paul Baran (o chamado Diagrama B) como um organograma, mantendo a mesma configuração de nodos e conexões, ficaria mais claro que a rede descentralizada é uma hierarquia, no caso com alto grau de centralização.

O Diagrama B de Paul Baran (redesenhado acima) tem apenas 0,1% de distribuição. Ou seja, é uma rede fortemente centralizada, vale dizer, hierarquizada. Como se explica isso? Parece simples. É porque, das 1.081 conexões possíveis, o Diagrama B de Baran só realiza 47, quer dizer, 4%. E porque 85% dos seus nodos têm apenas 1 conexão cada um.

O Diagrama B de Baran representa uma imagem caricatural das organizações realmente existentes. Dificilmente, em uma organização hierárquica real, teremos um índice de distribuição tão baixo, de vez que os 33 nodos ligados aos 7 centros, naturalmente também se conectam entre si todos-com-todos (pelo menos em cada cluster), o que acrescentaria mais 114 conexões ao conjunto (mudando, obviamente, o valor do índice de distribuição da rede exemplificada - no caso, quadruplicando-o). Ou seja, uma rede descentralizada real seria, no mínimo, 4 vezes mais distribuída do que a exemplificada no Diagrama B de Paul Baran. E isso sem contar que os 7 nodos, ligados diretamente ao nodo mais conectado, também, muito provavelmente, teriam conexões entre si, acrescentando ainda mais 21 conexões et coetera.

Tirando esse detalhe (comentado nos dois parágrafos acima), os diagramas de Baran são auto-explicativos. Mas as consequências que podemos deles tirar não são. O primeiro corolário relevante é que a conectividade acompanha a distribuição. Inversamente, quanto mais centralizada for uma rede, menos conectividade ela possui. Por que?

O segundo corolário relevante é que a interatividade acompanha a conectividade e a distributividade. Inversamente, quanto mais centralizada é uma rede, menos interatividade ela possui. Por que?

  • marcelomaceo

    Módulo 3!

  • augustodefranco

    Estamos na reta final do programa. Mas ainda dá tempo. Ainda estamos recolhendo material para elaborar o book, levando em conta as interações de todos. Teremos, além disso, as referências bibliográficas. E o hangout amanhã (11/11/15) às 19h. Vai ser na página: http://redes.org.br/25mitos-01-hangout/

  • augustodefranco

    AVISO IMPORTANTE

    O hangout previsto para hoje foi adiado para 11/11/2015

    O adiamento foi necessário para dar mais tempo dos participantes interagirem nos módulos finais do programa. Veja mais detalhes na página http://redes.org.br/25mitos-01-hangout/

    Será um hangout especial com os proponentes do curso comentando todos os 25 tópicos de acordo com as pesquisas e investigações recentes sobre redes sociais. Nele você poderá enviar suas dúvidas sobre os desafios propostos que serão comentados ao vivo.

    Você poderá assistir ao Hangout no dia e hora indicados lá na página http://redes.org.br/25mitos-01-hangout/

  • augustodefranco

    Pessoal, boa parte das dúvidas levantadas nos comentários deste módulo se referem a questões que serão abordadas mais profundamente nos módulos 21, 22, 23 e 24.

  • augustodefranco

    Pessoal, boa parte das dúvidas levantadas nos comentários deste módulo se referem a questões que serão abordadas mais profundamente nos módulos 21, 22, 23 e 24.

  • Cilene Vieira

    Se você tem vários centros hierárquicos, que interagem o tempo todo numa empresa, não pode chamar de rede? Ou seja, qualquer estrutura que tenha algum grau de centralização não pode ser chamada de rede, ainda que tenha alta interação?
    Para haver rede tem que haver zero grau de hierarquia e liderança? Onde há pessoas interagindo, sem houver não um, mais diferentes e vários líderes, está desfeita a rede? Não pode existir rede numa organização empresarial?
    A Escola de Redes é uma rede?
    Se surgir qualquer liderança ou centralização numa rede, ela deixa de ser rede, mesmo estando altamente distribuída e com grau máximo de interação?

    • augustodefranco

      Se você tem vários centros (ou centralizações, que obstruem fluxos) você terá redes descentralizadas (possivelmente mais centralizadas do que distribuídas). Tudo é rede, o que varia é o grau de distribuição (e, consequentemente, de conectividade e de interatividade). Nós adotamos a convenção de chamar simplesmente de rede às redes mais distribuídas do que centralizadas. A Escola-de-Redes é uma rede mais distribuída do que centralizada, certamente. Mas o site da rede (a plataforma utilizada pela E=R) não é a rede.

  • Cilene Vieira

    Se você tem vários centros hierárquicos, que interagem o tempo todo numa empresa, não pode chamar de rede? Ou seja, qualquer estrutura que tenha algum grau de centralização não pode ser chamada de rede, ainda que tenha alta interação?
    Para haver rede tem que haver zero grau de hierarquia e liderança? Onde há pessoas interagindo, sem houver não um, mais diferentes e vários líderes, está desfeita a rede? Não pode existir rede numa organização empresarial?
    A Escola de Redes é uma rede?
    Se surgir qualquer liderança ou centralização numa rede, ela deixa de ser rede, mesmo estando altamente distribuída e com grau máximo de interação?

    • augustodefranco

      Se você tem vários centros (ou centralizações, que obstruem fluxos) você terá redes descentralizadas (possivelmente mais centralizadas do que distribuídas). Tudo é rede, o que varia é o grau de distribuição (e, consequentemente, de conectividade e de interatividade). Nós adotamos a convenção de chamar simplesmente de rede às redes mais distribuídas do que centralizadas. A Escola-de-Redes é uma rede mais distribuída do que centralizada, certamente. Mas o site da rede (a plataforma utilizada pela E=R) não é a rede.

  • Retomando o comentário da Sandra, sobre qualidade, e trazendo para as duas questões propostas: embora os diagramas sejam brilhantes, não sei se chego nas duas proposições. Não sei se, pelo viés da qualidade, é possível afirmar universalmente que quanto mais centralizada uma rede, menos conectividade e menos interatividade. Pego o exemplo de pequenos grupos de trabalho: geralmente, esse tipo de rede ínfima acaba gerando um alto grau de conectividade e interatividade. Faz sentido?

    Info lateral: percebo, no caso, que há uma evidente e subliminar noção positiva na caracterização de uma rede altamente distribuída. Ou por outra: ao afimar que o diagrama B realiza menos interações,há um julgamente claro a favor da distribuição, o que é reforçado ao se desvendar que esta é a representação de uma organização hierarquizada — vista aqui, portanto, como algo menos valioso. Até posso concordar e atribuir menos valor, porém não em função disso.

    Voltando e seguindo no exemplo, talvez fique mais claro: uma dupla de criação numa agência publicitária pode formar com o diretor de criação — o topo da hierarquia — uma rede altamente interativa e conectada, justamente em função da qualidade inerente que essa pequena configuração permite gerar. Não me parece que uma rede distribuída consiga dar resultado apenas em função de ser altamente distribuída. Por “resultado”, estou considerando qualquer fato novo, gerado pela interação. “Jogar junto” ou simples afinidades pessoais podem ser elos mais poderosos do que o grau físico de distribuição. Ou ainda: o grau de interação é tanto maior quanto menor for a rede.

    Fazendo o experimento ao contrário: se alguém juntar 100 excelentes criadores num galpão a tendência natural desse grupo é formar pequenas redes, mais ou menos como no diagrama B: esses núcleos serão muito mais eficazes do que os 100, mesmo que altamente distribuídos e conectados. Ou por outra: é mais provável que 20 a 30 “subredes” — duplas, trios, quartetos e no máximo quintetos — cheguem em mais e melhores resultados numa demanda em determinado lapso de tempo do que os 100. No caso, a qualidade seria o fator principal, não a distribuíção. No ainda, é sempre bom lembrar: 100 humanos ligados entre si de alguma forma nunca serão 100 PCs em rede.

    Em suma, não sei se um desenho perfeitamente aplicável a uma engenharia de redes pode ser transportado para as relações humanas. Parece-me que são coisas diferentes ou impossíveis de ser comparadas porque incluem a tal capacidade de cognição, já conversada acho que no módulo 1. O mesmo se aplica às formigas: embora seja possível inferir alguns pontos em comum, creio que esses pontos são apenas coincidências. A diferença é que as formigas, até onde a vista alcança, não tomam suas decisões de, por exemplo, procurar comida ou não num dia quente por meio de um processo de avaliação, raciocínio ou exercício lógico, mas por algum processo instintivo. Quem faz isso, tomar decisões reunindo e ponderando infos e ideias, somos nós. E talvez os golfinhos e os corvos, como citei antes.

  • Retomando o comentário da Sandra, sobre qualidade, e trazendo para as duas questões propostas: embora os diagramas sejam brilhantes, não sei se chego nas duas proposições. Não sei se, pelo viés da qualidade, é possível afirmar universalmente que quanto mais centralizada uma rede, menos conectividade e menos interatividade. Pego o exemplo de pequenos grupos de trabalho: geralmente, esse tipo de rede ínfima acaba gerando um alto grau de conectividade e interatividade. Faz sentido?

    Info lateral: percebo, no caso, que há uma evidente e subliminar noção positiva na caracterização de uma rede altamente distribuída. Ou por outra: ao afimar que o diagrama B realiza menos interações,há um julgamente claro a favor da distribuição, o que é reforçado ao se desvendar que esta é a representação de uma organização hierarquizada — vista aqui, portanto, como algo menos valioso. Até posso concordar e atribuir menos valor, porém não em função disso.

    Voltando e seguindo no exemplo, talvez fique mais claro: uma dupla de criação numa agência publicitária pode formar com o diretor de criação — o topo da hierarquia — uma rede altamente interativa e conectada, justamente em função da qualidade inerente que essa pequena configuração permite gerar. Não me parece que uma rede distribuída consiga dar resultado apenas em função de ser altamente distribuída. Por “resultado”, estou considerando qualquer fato novo, gerado pela interação. “Jogar junto” ou simples afinidades pessoais podem ser elos mais poderosos do que o grau físico de distribuição. Ou ainda: o grau de interação é tanto maior quanto menor for a rede.

    Fazendo o experimento ao contrário: se alguém juntar 100 excelentes criadores num galpão a tendência natural desse grupo é formar pequenas redes, mais ou menos como no diagrama B: esses núcleos serão muito mais eficazes do que os 100, mesmo que altamente distribuídos e conectados. Ou por outra: é mais provável que 20 a 30 “subredes” — duplas, trios, quartetos e no máximo quintetos — cheguem em mais e melhores resultados numa demanda em determinado lapso de tempo do que os 100. No caso, a qualidade seria o fator principal, não a distribuíção. No ainda, é sempre bom lembrar: 100 humanos ligados entre si de alguma forma nunca serão 100 PCs em rede.

    Em suma, não sei se um desenho perfeitamente aplicável a uma engenharia de redes pode ser transportado para as relações humanas. Parece-me que são coisas diferentes ou impossíveis de ser comparadas porque incluem a tal capacidade de cognição, já conversada acho que no módulo 1. O mesmo se aplica às formigas: embora seja possível inferir alguns pontos em comum, creio que esses pontos são apenas coincidências. A diferença é que as formigas, até onde a vista alcança, não tomam suas decisões de, por exemplo, procurar comida ou não num dia quente por meio de um processo de avaliação, raciocínio ou exercício lógico, mas por algum processo instintivo. Quem faz isso, tomar decisões reunindo e ponderando infos e ideias, somos nós. E talvez os golfinhos e os corvos, como citei antes.

  • Ana Lucia Procopiak

    Estruturas centralizantes são topologias de privação e controle, quanto mais isolado e privado de conexão e interação for mantido cada nodo, menos possibilidades de troca, menor capacidade de estabelecer conexões geradoras de múltiplos caminhos, menos comunicação e produção de conhecimento.

  • Ana Lucia Procopiak

    Estruturas centralizantes são topologias de privação e controle, quanto mais isolado e privado de conexão e interação for mantido cada nodo, menos possibilidades de troca, menor capacidade de estabelecer conexões geradoras de múltiplos caminhos, menos comunicação e produção de conhecimento.

  • Muito interessante. Por algum tempo confundia redes distribuídas e descentralizadas também! O fato é que redes descentralizadas tendem a centralizar o processo de tomada de decisão, mas raramente impedem a comunicação entre os nodos – somos seres sociais, de forma mais ou menos institucionalizada tendemos a encontrar nossos caminhos de socialização e troca. Não?

    Nesse sentido, apesar de a primeira vista concordar com os dois corolários, em uma segunda análise tendo a achar que a rede, mesmo centralizada, continuará tendo potencial para conectividade e interatividade – o que muda em redes distribuídas é que conectividade e interatividade entre todos os nodos são incentivados e legitimados, enquanto nas redes centralizadas eles acontecem de forma não institucionalizada e informal.

  • Muito interessante. Por algum tempo confundia redes distribuídas e descentralizadas também! O fato é que redes descentralizadas tendem a centralizar o processo de tomada de decisão, mas raramente impedem a comunicação entre os nodos – somos seres sociais, de forma mais ou menos institucionalizada tendemos a encontrar nossos caminhos de socialização e troca. Não?

    Nesse sentido, apesar de a primeira vista concordar com os dois corolários, em uma segunda análise tendo a achar que a rede, mesmo centralizada, continuará tendo potencial para conectividade e interatividade – o que muda em redes distribuídas é que conectividade e interatividade entre todos os nodos são incentivados e legitimados, enquanto nas redes centralizadas eles acontecem de forma não institucionalizada e informal.

  • Fernando Lasman

    sim, reproduçoes em 3D seriam mais fieis, mas só se representassem as relaçoes entre os nodos tb. pq tem as filmagens de cardumes e revoadas mas, apesar de serem mto legais, nao tem as relaçoes apontadas para nos.

    acho que a formula tem no livro hierarquia. mas tb vale a tentativa mandar um inbox pro augusto acho.

  • Fernando Lasman

    sim, reproduçoes em 3D seriam mais fieis, mas só se representassem as relaçoes entre os nodos tb. pq tem as filmagens de cardumes e revoadas mas, apesar de serem mto legais, nao tem as relaçoes apontadas para nos.

    acho que a formula tem no livro hierarquia. mas tb vale a tentativa mandar um inbox pro augusto acho.

  • Fernando Ferrari

    Realmente, Fernando Lasman, os diagramas não são representações muito exatas das redes. Há o fato de que normalmente não representam em 3D. Os diagramas de Baran estão em 2D. No diagrama da rede distribuída se representarmos ligações dos nodos de baixo com nodos de cima do diagrama teremos uma rede ainda mais distribuída. No entando, as representações simplificadas permitem uma melhor compreensão. Imaginem a rede neural… é realmente complexa (e volumosa, hehe!).
    A propósito, alguem se lembra da formula da distribuição? Não a encontrei mais.

  • Fernando Ferrari

    Realmente, Fernando Lasman, os diagramas não são representações muito exatas das redes. Há o fato de que normalmente não representam em 3D. Os diagramas de Baran estão em 2D. No diagrama da rede distribuída se representarmos ligações dos nodos de baixo com nodos de cima do diagrama teremos uma rede ainda mais distribuída. No entando, as representações simplificadas permitem uma melhor compreensão. Imaginem a rede neural… é realmente complexa (e volumosa, hehe!).
    A propósito, alguem se lembra da formula da distribuição? Não a encontrei mais.

  • Fernando Lasman

    tive uma duvida quanto aos diagramas. eles nao sao representaçoes muito exatas das redes nao é mesmo? teriamos de ver algo mais dinamico, como um gif que outro dia augusto postou no facebook acho. o que seriam os nodos e as arestas? onde colocariamos as pessoas? as redes seriam vistas no movimento dos nodos ou no movimento das arestas?

  • Fernando Lasman

    tive uma duvida quanto aos diagramas. eles nao sao representaçoes muito exatas das redes nao é mesmo? teriamos de ver algo mais dinamico, como um gif que outro dia augusto postou no facebook acho. o que seriam os nodos e as arestas? onde colocariamos as pessoas? as redes seriam vistas no movimento dos nodos ou no movimento das arestas?

  • Angela Tijiwa

    Acho que as distinções do diagrama do Baran podem ser transpostas em todas as organizações. Penso nas formigas (exemplo que retiro do livro Emergência, do Steven Johnson) como trabalhadoras para o “poder” hierárquico no formigueiro. Isso não é bom e nem mau se retirado de um contexto humano. Para as formigas, é a única forma de existir. No contexto de rede que falamos aqui – ou entendemos como democrática – é difícil pensar num nível de centralização desse tipo, porque as pessoas teoricamente são livres e não precisam ficar circunscritas a esse tipo de “poder”. Todavia, a partir de um discurso de liberdade e colaboração, às vezes as pessoas podem ser capturadas em sua autonomia sem perceber. Creio que a emergência da internet e a forma distribuída da rede favorece a ampliação da prática democrática.

    • augustodefranco

      Não há qualquer hierarquia em um formigueiro, Angela, conforme nos mostrou a cientista Deborah Gordon (talvez a maior especialista no assunto). O formigueiro é completamente sem-administração. As formigas não são trabalhadoras, não têm papel definido (operárias, soldados, forrageiras) como se acreditava, não servem à rainha e não existe rainha (no sentido que projetamos). Quando tiver um tempinho dê uma lida no primeiro livrinho da Débora (Formigas em Ação). E também assista as palestras que ela fez no TED, como esta aqui: https://goo.gl/G3tKv4 Também estão disponíveis várias palestras dela no Youtube.

  • Angela Tijiwa

    Acho que as distinções do diagrama do Baran podem ser transpostas em todas as organizações. Penso nas formigas (exemplo que retiro do livro Emergência, do Steven Johnson) como trabalhadoras para o “poder” hierárquico no formigueiro. Isso não é bom e nem mau se retirado de um contexto humano. Para as formigas, é a única forma de existir. No contexto de rede que falamos aqui – ou entendemos como democrática – é difícil pensar num nível de centralização desse tipo, porque as pessoas teoricamente são livres e não precisam ficar circunscritas a esse tipo de “poder”. Todavia, a partir de um discurso de liberdade e colaboração, às vezes as pessoas podem ser capturadas em sua autonomia sem perceber. Creio que a emergência da internet e a forma distribuída da rede favorece a ampliação da prática democrática.

    • augustodefranco

      Não há qualquer hierarquia em um formigueiro, Angela, conforme nos mostrou a cientista Deborah Gordon (talvez a maior especialista no assunto). O formigueiro é completamente sem-administração. As formigas não são trabalhadoras, não têm papel definido (operárias, soldados, forrageiras) como se acreditava, não servem à rainha e não existe rainha (no sentido que projetamos). Quando tiver um tempinho dê uma lida no primeiro livrinho da Débora (Formigas em Ação). E também assista as palestras que ela fez no TED, como esta aqui: https://goo.gl/G3tKv4 Também estão disponíveis várias palestras dela no Youtube.

  • Fernando Lasman

    Nossa, gostei bastante da transposiçao do diagrama para o organograma. realmente pode-se enxergar de forma explicita a hierarquizaçao dessa rede.

    Quanto a qestao da conectividade acompanhar a distribuiçao, nao compreendi. Entendo distribuiçao como distribuiçao das conexoes, ou seja, o aumento do numero de conexoes entre os nodos. Ou seja, aumento do grau de distribuiçao significa mesmo aumento do numero de conexoes, logo do grau de conectividade da rede. Nao seriam coisas separadas,ao meu ver. Qual a diferença?

    Quanto a questao sobre a proporcionalidade entre a interatividade e a conectividade na rede, entendo que a interaçao ja é a conexao. Logo, maior grau de conexao significa maior grau de interaçao. Mas pode-se entender, tambem, que a interatividade esta condicionada pela conectividade, ao passo que sem conexao nao pode haver nenhum grau de interaçao. Nessa visao a conexao e a interaçao nao sao a mesma coisa, como eu disse primeiro, mas uma sendo condiçao necessaria para a outra. Assim, a falta de uma implica a falta da outra.

    • Sandra Mayrink Veiga

      Oi Fernando, acho que é por aí, mas acrescentaria que a interação tem a ver também com o conteúdo do que corre nessa conectividade, ou seja, a “qualidade” (e aí sem colocar uma valoração pessoal do que seja qualidade) do conteúdo se estiver no interesse de quem esta conectado possivelmente aumenta a interação

      • Fernando Lasman

        é eu sempre caio nessa questao se ha alguma influencia do conteudo que corre numa interaçao com a qualidade desta. mas, como esta apresentado no texto do modulo 5, as vezes nao ha conteudo algum na interaçao e, quanto a comunicaçao, foi descoberto que nao ha informaçao sendo transmitida de um ponto ao outro, de fato. o que ocorre é uma mudança em conjunto entre as pessoas, o que demonstra que nao ha uma influencia necessaria do conteudo da interaçao em relaçao ao padrao desta. ou pelo menos foi isso que entendi. no fim , nao ha necessariamente essa influencia. agora, quanto e de que forma (quando ha) o conteudo influencia o padrao da interaçao ja nao faço ideia. gostaria tambem de saber mais sobre isso.

        • Sandra Mayrink Veiga

          Augusto podia entrar aqui, não?

      • Sandra, também acho que a interação tem a ver com a qualidade; porém, considero que há 100% de atribuição pessoal de valor sobre o que seja qualidade. A depender da avaliação — pessoal, intransferível — a interação aumenta, dimunui ou fica estável.

  • Fernando Lasman

    Nossa, gostei bastante da transposiçao do diagrama para o organograma. realmente pode-se enxergar de forma explicita a hierarquizaçao dessa rede.

    Quanto a qestao da conectividade acompanhar a distribuiçao, nao compreendi. Entendo distribuiçao como distribuiçao das conexoes, ou seja, o aumento do numero de conexoes entre os nodos. Ou seja, aumento do grau de distribuiçao significa mesmo aumento do numero de conexoes, logo do grau de conectividade da rede. Nao seriam coisas separadas,ao meu ver. Qual a diferença?

    Quanto a questao sobre a proporcionalidade entre a interatividade e a conectividade na rede, entendo que a interaçao ja é a conexao. Logo, maior grau de conexao significa maior grau de interaçao. Mas pode-se entender, tambem, que a interatividade esta condicionada pela conectividade, ao passo que sem conexao nao pode haver nenhum grau de interaçao. Nessa visao a conexao e a interaçao nao sao a mesma coisa, como eu disse primeiro, mas uma sendo condiçao necessaria para a outra. Assim, a falta de uma implica a falta da outra.

    • Sandra Mayrink Veiga

      Oi Fernando, acho que é por aí, mas acrescentaria que a interação tem a ver também com o conteúdo do que corre nessa conectividade, ou seja, a “qualidade” (e aí sem colocar uma valoração pessoal do que seja qualidade) do conteúdo se estiver no interesse de quem esta conectado possivelmente aumenta a interação

      • Fernando Lasman

        é eu sempre caio nessa questao se ha alguma influencia do conteudo que corre numa interaçao com a qualidade desta. mas, como esta apresentado no texto do modulo 5, as vezes nao ha conteudo algum na interaçao e, quanto a comunicaçao, foi descoberto que nao ha informaçao sendo transmitida de um ponto ao outro, de fato. o que ocorre é uma mudança em conjunto entre as pessoas, o que demonstra que nao ha uma influencia necessaria do conteudo da interaçao em relaçao ao padrao desta. ou pelo menos foi isso que entendi. no fim , nao ha necessariamente essa influencia. agora, quanto e de que forma (quando ha) o conteudo influencia o padrao da interaçao ja nao faço ideia. gostaria tambem de saber mais sobre isso.

        • Sandra Mayrink Veiga

          Augusto podia entrar aqui, não?

          • augustodefranco

            Claro, Sandra. Teremos um módulo mais adiante questionando essa noção de qualidade da interação, sobretudo quando isso é interpretado como um conteúdo. Os conteúdos podem ser muito importantes para o sujeito, mas não para explicar o comportamento coletivo. No Módulo 24 você verá que nenhum dos principais fenômenos interativos que a nova ciência das redes vem descobrindo dependem do conteúdo. Maio de 1968 começou como um protesto dos estudantes de Nanterre contra a proibição aos meninos de visitar o alojamento das meninas, os grandes swarmings na Turquia em 2013 começaram com uma manifestação de ecologistas que não queriam que um shopping fosse construído num parque urbano, junho de 2013 no Brasil começou com um movimento contra o aumento das passagens de ônibus: mas nada disso explica o que aconteceu como fenomenologia da interação. E os jornalistas perguntavam: qual é a pauta, o que esse pessoal está querendo? Mas não havia uma pauta, porque eles – as pessoas consteladas em multidões – não estavam propriamente fazendo alguma coisa com um objetivo determinado: elas estavam sendo! A questão não é trivial, mas pode ser resumida em uma frase: as interações não são instrutivas, são modificativas.

          • Valdete de Assis

            Olá, Colegas, pensando na colocação da Sandra sobre a qualidade do conteúdo, considero o comportamento coletivo um fenômeno bonito e complicado de entender porque não se explica somente pelo cognitivo, permeia outra dimensão a do ser. È isso mesmo professor, Augusto? E quero ilustrar a
            nossa discussão com as ideias de Mikhail Bakhtin, segundo ele a língua se
            constitui em um processo ininterrupto, realizado através da interação verbal,
            social, entre interlocutores, não sendo um sistema estável de formas
            idênticas, não é?

      • Sandra, também acho que a interação tem a ver com a qualidade; porém, considero que há 100% de atribuição pessoal de valor sobre o que seja qualidade. A depender da avaliação — pessoal, intransferível — a interação aumenta, dimunui ou fica estável.

  • Guaraciara Lopes

    Atualmente o maior exemplo que consigo dar quando quero pincelar sobre o assunto é perguntando: seu chefe é centralizador? Você gosta? Não, ninguém gosta.

  • Guaraciara Lopes

    Atualmente o maior exemplo que consigo dar quando quero pincelar sobre o assunto é perguntando: seu chefe é centralizador? Você gosta? Não, ninguém gosta.

  • Gilberto Prestes

    Gostei da explicação Hudson Freitas.

  • Gilberto Prestes

    Gostei da explicação Hudson Freitas.

  • Hudson Freitas

    Começando pelo primeiro corolário: quanto mais centralização, menos conetividade, pois havendo um forte centro (ou dois, ou poucos) de poder hierarquizado, os comandos serão top down e de forma muito mais homogênea e direta. Além do mais, mesmo que possa (e pode) haver a formação de clusters entre os subordinados ao centro de poder, estes, ao estarem diretamente (ou mais diretamente) subordinados à mesma linha de comando, com tarefas e conteúdos pré-determinados e comandados top down, muitas vezes, podendo ser até mesmo tarefas e comandos homogêneos, haverá muito menos espaço e disposição para a formação de alguma bolha (cluster, rede mais distribuída) de interação. Poderá haver participação, mas dificilmente haverá interação (criatividade, espontâneidade, inovação, surpresa); Por conseguinte, ao segundo corolário pode seguir que se há menos centralidade, haverá menos comando homogêneo, pré-determinado e top down, criando-se mais espaços, bolhas, possibilidades de formações mais livres e espontâneas de clusters, de redes mais distribuídas, de forma espontânea, e, assim, pulsões de interatividade. Isso pode, talvez, ser sintetizado da seguinte forma: Quanto mais centralização, mais hierarquia, mais autocracia e, assim, menos liberdade; Quanto mais distribuição, menos hierarquia, menos autocracia e, assim, mais democracia, mais liberdade. Quanto mais liberdade, mais interatividade, uma vez que a interatividade é, em essência, liberdade, espontaneidade.

  • Hudson Freitas

    Começando pelo primeiro corolário: quanto mais centralização, menos conetividade, pois havendo um forte centro (ou dois, ou poucos) de poder hierarquizado, os comandos serão top down e de forma muito mais homogênea e direta. Além do mais, mesmo que possa (e pode) haver a formação de clusters entre os subordinados ao centro de poder, estes, ao estarem diretamente (ou mais diretamente) subordinados à mesma linha de comando, com tarefas e conteúdos pré-determinados e comandados top down, muitas vezes, podendo ser até mesmo tarefas e comandos homogêneos, haverá muito menos espaço e disposição para a formação de alguma bolha (cluster, rede mais distribuída) de interação. Poderá haver participação, mas dificilmente haverá interação (criatividade, espontâneidade, inovação, surpresa); Por conseguinte, ao segundo corolário pode seguir que se há menos centralidade, haverá menos comando homogêneo, pré-determinado e top down, criando-se mais espaços, bolhas, possibilidades de formações mais livres e espontâneas de clusters, de redes mais distribuídas, de forma espontânea, e, assim, pulsões de interatividade. Isso pode, talvez, ser sintetizado da seguinte forma: Quanto mais centralização, mais hierarquia, mais autocracia e, assim, menos liberdade; Quanto mais distribuição, menos hierarquia, menos autocracia e, assim, mais democracia, mais liberdade. Quanto mais liberdade, mais interatividade, uma vez que a interatividade é, em essência, liberdade, espontaneidade.

  • Cris Kruel

    Pois é… parece tão fácil entender os desenhos, mas tão complicado ler o texto. Mas vamos lá: A boa Rede mesmo é a que tem não tem centro, ou a que tem tantos centros que parece não ter algum. O poder das redes parece vir da capacidade de interação e conexão entre os diversos pontos, ou seja sua grande distribuição.

    Thinking out loud… é comum ver nas diversas organizações os tais “Centro de blá, blá, blá…”. Estes nomes parecem hoje ultrapassados. Ninguém mais é centro, todos somos nodos. Se você é centro, é porque sua rede é muito hierarquizada.

  • Cris Kruel

    Pois é… parece tão fácil entender os desenhos, mas tão complicado ler o texto. Mas vamos lá: A boa Rede mesmo é a que tem não tem centro, ou a que tem tantos centros que parece não ter algum. O poder das redes parece vir da capacidade de interação e conexão entre os diversos pontos, ou seja sua grande distribuição.

    Thinking out loud… é comum ver nas diversas organizações os tais “Centro de blá, blá, blá…”. Estes nomes parecem hoje ultrapassados. Ninguém mais é centro, todos somos nodos. Se você é centro, é porque sua rede é muito hierarquizada.

  • Marcelo Yamada

    Me dei conta também de que nós (nodos) tendem a emergir mesmo nas estruturas distribuídas – seja para atividades de compilação ou para representação de um subconjunto de membros em algum fórum restrito (restrição física, tecnológica, de tempo etc.). E me dei conta também de que o surgimento desses nós representantes de um grupo não torna a estrutura de distribuída em descentralizada – por não surgir uma hierarquia, mas sim representação situacional.
    Podemos atribuir essa função de representação à divisão de papéis entre os membros da rede. Ou devemos questionar a divisão de papéis?

    • augustodefranco

      Em geral os papeis são determinados pela interação. Papéis determinados antes da interação pressupõe já hierarquia (ou seja, algum grau de centralização).

    • Marcelo,

      Acho que esse tema vai ressurgir em módulos posteriores também. Mas já que você levantou essa questão, note que redes distribuídas não são uma gelatina informe… hahaha

      Em redes distribuídas cujos nodos interagem, fenômenos complexos ocorrem. Muitos deles resultam no que chamamos em geral de auto-organização. Isto é, uma organização que emergiu sem um plano pré-concebido, que emergiu da interações locais.

      Um ecossistema é o exemplo clássico disso: ele é extremamente complexo, interligado, interativo, e com várias especializações. Na verdade, sua maior riqueza é justamente a diversidade (e a interação que cria novas modificações a partir dos acoplamentos estruturais dos organismos). Portanto, quanto mais homogêneo, menos resiliente tende a ser um sistema (e, no caso das redes humanas, também tende a ser menos criativo, por exemplo).

      Assim, é perfeitamente natural que em uma rede de pessoas interagindo surjam especializações — que podem ser bem fortuitas ou mais permanentes. Mas isso é bem diferente do que acontece na maior parte das nossas organizações (hierárquicas), onde os papéis e atribuições das pessoas são definidos previamente, e não como resultado de interações recorrentes.

      Em cluster interativos algumas coisas são diferentes:
      – O papel social de uma pessoa não é definido antes da interação
      – Os próprios papéis/funções da organização não são definidos antes da interação: eles surgem como necessidades/funções da rede, e não como “cargos”.
      – Uma determinada função da rede pode ser atendida por mais de uma pessoa.
      – Uma determinada função da rede pode surgir e desaparecer rapidamente.
      – O desempenho das funções da rede acontece bastante com base na assunção (acrescida dos feedbacks de outras pessoas)

      Esses são apenas alguns exemplos.

  • Marcelo Yamada

    Me dei conta também de que nós (nodos) tendem a emergir mesmo nas estruturas distribuídas – seja para atividades de compilação ou para representação de um subconjunto de membros em algum fórum restrito (restrição física, tecnológica, de tempo etc.). E me dei conta também de que o surgimento desses nós representantes de um grupo não torna a estrutura de distribuída em descentralizada – por não surgir uma hierarquia, mas sim representação situacional.
    Podemos atribuir essa função de representação à divisão de papéis entre os membros da rede. Ou devemos questionar a divisão de papéis?

    • augustodefranco

      Em geral os papeis são determinados pela interação. Papéis determinados antes da interação pressupõe já hierarquia (ou seja, algum grau de centralização).

    • Marcelo,

      Acho que esse tema vai ressurgir em módulos posteriores também. Mas já que você levantou essa questão, note que redes distribuídas não são uma gelatina informe… hahaha

      Em redes distribuídas cujos nodos interagem, fenômenos complexos ocorrem. Muitos deles resultam no que chamamos em geral de auto-organização. Isto é, uma organização que emergiu sem um plano pré-concebido, que emergiu da interações locais.

      Um ecossistema é o exemplo clássico disso: ele é extremamente complexo, interligado, interativo, e com várias especializações. Na verdade, sua maior riqueza é justamente a diversidade (e a interação que cria novas modificações a partir dos acoplamentos estruturais dos organismos). Portanto, quanto mais homogêneo, menos resiliente tende a ser um sistema (e, no caso das redes humanas, também tende a ser menos criativo, por exemplo).

      Assim, é perfeitamente natural que em uma rede de pessoas interagindo surjam especializações — que podem ser bem fortuitas ou mais permanentes. Mas isso é bem diferente do que acontece na maior parte das nossas organizações (hierárquicas), onde os papéis e atribuições das pessoas são definidos previamente, e não como resultado de interações recorrentes.

      Em cluster interativos algumas coisas são diferentes:
      – O papel social de uma pessoa não é definido antes da interação
      – Os próprios papéis/funções da organização não são definidos antes da interação: eles surgem como necessidades/funções da rede, e não como “cargos”.
      – Uma determinada função da rede pode ser atendida por mais de uma pessoa.
      – Uma determinada função da rede pode surgir e desaparecer rapidamente.
      – O desempenho das funções da rede acontece bastante com base na assunção (acrescida dos feedbacks de outras pessoas)

      Esses são apenas alguns exemplos.

  • Fatima Melca

    Não saber a diferença entre descentralizado e distribuído dificulta o entendimento de rede, pois a pessoa não vai estar entendendo a topologia da rede e consequentemente vai ter dificuldade na fenomenologia da interação. Não vai entender o padrão de organização ou seja como a interação e a conexão ocorrem.

    A conectividade acompanha a distribuição. Inversamente, quanto mais centralizada for uma rede, menos conectividade ela possui. Porque a interação vai ser menor. Todos não vão ter a possibilidade de “falar”, se “comunicar” com todos. Não vai ser um padrão distribuído.

    A interatividade acompanha a conectividade e a distributividade. Quanto mais centralizada é uma rede, menos interatividade ela possui, menos conectividade ela possibilita, mais hierarquizada ela é.

  • Fatima Melca

    Não saber a diferença entre descentralizado e distribuído dificulta o entendimento de rede, pois a pessoa não vai estar entendendo a topologia da rede e consequentemente vai ter dificuldade na fenomenologia da interação. Não vai entender o padrão de organização ou seja como a interação e a conexão ocorrem.

    A conectividade acompanha a distribuição. Inversamente, quanto mais centralizada for uma rede, menos conectividade ela possui. Porque a interação vai ser menor. Todos não vão ter a possibilidade de “falar”, se “comunicar” com todos. Não vai ser um padrão distribuído.

    A interatividade acompanha a conectividade e a distributividade. Quanto mais centralizada é uma rede, menos interatividade ela possui, menos conectividade ela possibilita, mais hierarquizada ela é.

  • Marcelo Yamada

    O esclarecimento da distinção entre estruturas centralizadas, hierárquicas e distribuídas me faz pensar nos critérios objetivos que definem a indicação e a contra-indicação das estruturas distribuídas (as redes, objeto deste curso). Afinal, como em todos os casos, nenhuma solução é universal.
    Mas já notei que haverá muitas oportunidades de voltar a este assunto nos demais módulos.

  • Marcelo Yamada

    O esclarecimento da distinção entre estruturas centralizadas, hierárquicas e distribuídas me faz pensar nos critérios objetivos que definem a indicação e a contra-indicação das estruturas distribuídas (as redes, objeto deste curso). Afinal, como em todos os casos, nenhuma solução é universal.
    Mas já notei que haverá muitas oportunidades de voltar a este assunto nos demais módulos.

  • Jacques Schwarzstein

    Tá…entendo que o feici, tuiter, zap-zap etc…não são redes sociais, mas apenas meios, tecnologias, sistemas, pelos quais circulam informações (textos, fotos, áudio, etc). OK. Não podem ser redes SOCIAIS porque a noção de SOCIAL pressupõe o envolvimento e a ação de seres humanos e, no caso, estamos falando de aplicativos e não de pessoas. Mas o que se estrutura quando meus x amigos de feici começam a ter acesso distribuído, livre, sem censura nem direcionamento e seletividade ao conjunto de informações que o cada um deles produz e compartilha …. o que se estrutura neste caso é uma rede distribuída de troca de informações, opiniões, percepções, sensibilidades, etc. Já é um bom começo. Se eu permitir que meus amigos postem livremente no meu mural, será uma rede distribuída. As postagens de meus amigos no meu mural, terão tanto espaço e destaque quanto os meus. Mas isso pode ser apenas o começo de um processo de evolução/transformação de uma simples rede de troca de informações que, lá na frente, poderá ganhar feições de processo de transformação da realidade física, de transformação da sociedade. Rola um swarming informativo. Meus amigos de feici, com os amigos de feici deles e aí por diante. Se uma determinada opinião prevalece, mesmo sem abaixo-assinados, petições, etc, isso pode induzir o congresso, por exemplo, a aprovar uma lei que garante o território de uma reserva indígena. O congresso entrou na rede e os índios, até então ameaçados, também entram na rede e sobrevivem. Não que eu não ache importante dar visibilidade e tentar ajustar à compreensão equivocada do conceito de “rede social” que predomina atualmente por conta de modismos e ações de mercado. Só acho que não se pode simplificar por demais as coisas. Os impactos do que rola no feici vão bem além da troca distribuída de informações. Ou será que não?

    • Fernando Baptista

      Acho que sim… o surgimento do FB fez a ficha cair… propiciou num dado momento uma experiência inter-relacional de certo modo inédita (muito mais distribuída que até então), essa experiência transformou as pessoas… pessoas passaram a perceber e fazer parte de dinâmicas sociais que até então eram desconhecidas para elas… abriu uma caixa de pandora. Uma vez o gênio fora da lâmpada, o FB em si passa a ser menos importante, porque hoje abundam meios… o mais importante é que as pessoas já não são as mesmas, são muito mais sociais.

  • Jacques Schwarzstein

    Tá…entendo que o feici, tuiter, zap-zap etc…não são redes sociais, mas apenas meios, tecnologias, sistemas, pelos quais circulam informações (textos, fotos, áudio, etc). OK. Não podem ser redes SOCIAIS porque a noção de SOCIAL pressupõe o envolvimento e a ação de seres humanos e, no caso, estamos falando de aplicativos e não de pessoas. Mas o que se estrutura quando meus x amigos de feici começam a ter acesso distribuído, livre, sem censura nem direcionamento e seletividade ao conjunto de informações que o cada um deles produz e compartilha …. o que se estrutura neste caso é uma rede distribuída de troca de informações, opiniões, percepções, sensibilidades, etc. Já é um bom começo. Se eu permitir que meus amigos postem livremente no meu mural, será uma rede distribuída. As postagens de meus amigos no meu mural, terão tanto espaço e destaque quanto os meus. Mas isso pode ser apenas o começo de um processo de evolução/transformação de uma simples rede de troca de informações que, lá na frente, poderá ganhar feições de processo de transformação da realidade física, de transformação da sociedade. Rola um swarming informativo. Meus amigos de feici, com os amigos de feici deles e aí por diante. Se uma determinada opinião prevalece, mesmo sem abaixo-assinados, petições, etc, isso pode induzir o congresso, por exemplo, a aprovar uma lei que garante o território de uma reserva indígena. O congresso entrou na rede e os índios, até então ameaçados, também entram na rede e sobrevivem. Não que eu não ache importante dar visibilidade e tentar ajustar à compreensão equivocada do conceito de “rede social” que predomina atualmente por conta de modismos e ações de mercado. Só acho que não se pode simplificar por demais as coisas. Os impactos do que rola no feici vão bem além da troca distribuída de informações. Ou será que não?

    • Fernando Baptista

      Acho que sim… o surgimento do FB fez a ficha cair… propiciou num dado momento uma experiência inter-relacional de certo modo inédita (muito mais distribuída que até então), essa experiência transformou as pessoas… pessoas passaram a perceber e fazer parte de dinâmicas sociais que até então eram desconhecidas para elas… abriu uma caixa de pandora. Uma vez o gênio fora da lâmpada, o FB em si passa a ser menos importante, porque hoje abundam meios… o mais importante é que as pessoas já não são as mesmas, são muito mais sociais.

  • Simone M Almeida

    Acho que o colega Luiz Carlos traduziu bem o meu
    entendimento sobre a relação, centralidade, conectividade e interatividade.
    Quanto maior a centralização, menor o fluxo de informação e, consequentemente,
    menor a interação entre os participantes dessa rede.

    Temos exemplos disso acontecendo em alguns cursos de EAD,
    onde encontramos diversos nodos (pessoas), todos com um mesmo objetivo (ampliar
    seus conhecimentos e refletir acerca de um tema), mas que cada participante se
    dirige única e exclusivamente ao tutor/professor, e não há interação e muito
    menos colaboração entre as pessoas.

    • Jacques Schwarzstein

      O que acontece aqui é interessante. Todos se comunicam com todos, fazendo, às vezes, mas raramente, referência há um participante específico. Ou seja, há muito pouca interação direta entre os “modos”, que somos nós. Se todos lerem tudo, estaremos nós conectados de forma distribuída? Talvez. Mas o que acontece se um de nós apenas lê o texto provocativo, não lê o que os outros comentaram e se limita a deixar o seu próprio comentário. Como fica a rede?

      • Fernando Baptista

        Penso que quando alguém escreve um post, há um primeiro grau de conexão entre ele e todos que leram o post… quando alguém que leu o post responde, esse grau aumenta… se o primeiro faz uma tréplica, o grau entre estas duas pessoas se torna ainda maior… daria inclusive pra fazer um gráfico de rede representando as interações de cada dia, no qual a largura da linha representaria o grau de conexão entre cada par de pessoas. Assim seria possível analisar a topologia das interações ocorridas naquele dia.

        • Simone M Almeida

          Concordo com vocês, Jacques e Fernando. Acredito muito nesse tipo de interação onde as partes é que fazem o todo. Creio que quanto mais se amplia o grau de interação entre os nodos, maior é a aprendizagem de forma colaborativa.

    • augustodefranco

      Exato, Simone.

  • Simone M Almeida

    Acho que o colega Luiz Carlos traduziu bem o meu
    entendimento sobre a relação, centralidade, conectividade e interatividade.
    Quanto maior a centralização, menor o fluxo de informação e, consequentemente,
    menor a interação entre os participantes dessa rede.

    Temos exemplos disso acontecendo em alguns cursos de EAD,
    onde encontramos diversos nodos (pessoas), todos com um mesmo objetivo (ampliar
    seus conhecimentos e refletir acerca de um tema), mas que cada participante se
    dirige única e exclusivamente ao tutor/professor, e não há interação e muito
    menos colaboração entre as pessoas.

    • Jacques Schwarzstein

      O que acontece aqui é interessante. Todos se comunicam com todos, fazendo, às vezes, mas raramente, referência há um participante específico. Ou seja, há muito pouca interação direta entre os “modos”, que somos nós. Se todos lerem tudo, estaremos nós conectados de forma distribuída? Talvez. Mas o que acontece se um de nós apenas lê o texto provocativo, não lê o que os outros comentaram e se limita a deixar o seu próprio comentário. Como fica a rede?

      • Fernando Baptista

        Penso que quando alguém escreve um post, há um primeiro grau de conexão entre ele e todos que leram o post… quando alguém que leu o post responde, esse grau aumenta… se o primeiro faz uma tréplica, o grau entre estas duas pessoas se torna ainda maior… daria inclusive pra fazer um gráfico de rede representando as interações de cada dia, no qual a largura da linha representaria o grau de conexão entre cada par de pessoas. Assim seria possível analisar a topologia das interações ocorridas naquele dia.

        • Simone M Almeida

          Concordo com vocês, Jacques e Fernando. Acredito muito nesse tipo de interação onde as partes é que fazem o todo. Creio que quanto mais se amplia o grau de interação entre os nodos, maior é a aprendizagem de forma colaborativa.

    • augustodefranco

      Exato, Simone.

  • Vinícius Pinheiro Lereu

    Minha ideia vai mais na questão prática do tópico: o preparo da sociedade, das pessoas, dos funcionários, em buscar a adequação ao meio distribuído. Ao mesmo tempo que, implantando a rede distribuída em situação/lugar X, as pessoas podem não ter o preparo para vivenciar e contribuir com esse grau de comunicação, ruindo ou perdendo o objetivo da rede.

    • Fernando Baptista

      Vinícius, vi que apareceram aqui no seu post os mito 12 e 6 juntos, e até um pouquinho do 13, do 14 e do 15 🙂 Esses são polêmicos, acho que vai dar muita discussão!

    • Fernando Baptista

      Vinícius, vi que apareceram aqui no seu post os mito 12 e 6 juntos, e até um pouquinho do 13, do 14 e do 15 🙂 Esses são polêmicos, acho que vai dar muita discussão!

  • Guilherme witte

    A conectividade e a interatividade são diretamente proporcionais ao grau de liberdade dos múltiplos caminhos possíveis. Creio q o padrão descentralizado é o padrão de organização q pensamos q existe por aí, na própria natureza, inclusive. Passa pela própria questão da lógica organização/desorganização. Quando se pensa em organizar qualquer coisa, se pensa logo em um grau de centralização, como princípio para essa coisa funcionar. Até mesmo qdo utilizamos a Internet, passamos boa parte do tempo navegando pelos Hubs (centralizadores de informações ou páginas Web).

    • Fernando Baptista

      Aqui tem uma particularidade interessante… não significa que porque existem altos graus de liberdade também existirão altos graus de interatividade distribuída… mas baixos graus de liberdade são uma garantia de que não vai haver alta interatividade distribuída. Pra mim, uma rede descentralizada é uma situação que mais impede que múltiplas coisas aconteçam do que propriamente gera ou organiza as coisas. Normalmente são elementos externos à rede descentralizada que movimentam as coisas, como salários, crenças, carisma, etc. Acho que altos graus de interatividade em redes distribuídas de certo modo também dependem de elementos externos, que não são os mesmos que funcionam em redes descentralizadas… tenho a impressão que eles têm mais a ver com o prazer na atividade com os outros, o reconhecimento mútuo, as relações de amizade, entre outros.

      • guilherme witte

        É verdade…altos graus de liberdade expõem somente um potencial de interatividade…As redes descentralizadas tendem a controlar a interatividade…Pode não acontecer a interação a rede distribuída mas não teremos as barreiras de interação das redes descentralizadas.

    • Fernando Baptista

      Aqui tem uma particularidade interessante… não significa que porque existem altos graus de liberdade também existirão altos graus de interatividade distribuída… mas baixos graus de liberdade são uma garantia de que não vai haver alta interatividade distribuída. Pra mim, uma rede descentralizada é uma situação que mais impede que múltiplas coisas aconteçam do que propriamente gera ou organiza as coisas. Normalmente são elementos externos à rede descentralizada que movimentam as coisas, como salários, crenças, carisma, etc. Acho que altos graus de interatividade em redes distribuídas de certo modo também dependem de elementos externos, que não são os mesmos que funcionam em redes descentralizadas… tenho a impressão que eles têm mais a ver com o prazer na atividade com os outros, o reconhecimento mútuo, as relações de amizade, entre outros.

      • guilherme witte

        É verdade…altos graus de liberdade expõem somente um potencial de interatividade…As redes descentralizadas tendem a controlar a interatividade…Pode não acontecer a interação a rede distribuída mas não teremos as barreiras de interação das redes descentralizadas.

    • Jacques Schwarzstein

      O o tchan da rede distribuída é que ela também funciona como uma organização. Se houver interação, mesmo que seja apenas troca de informação, ela já é uma rede. O problema é que ela não tem fluxos perenes, efeitos previsíveis, normas padronizadas, etc… Ou seja, é uma organização livre, cujo funcionamento depende de padrões que se instalam e se dissolvem de modo imprevisível.Tudo é fluido….

      • Fernando Baptista

        Mas se isso é um o problema ou uma solução, depende do ponto de vista 🙂

      • Valdete de Assis

        Olá colegas, boa tarde!… Quando li sua postagem, Jacques , que as redes não têm fluxos perenes, efeitos previsíveis, normas padronizadas me fez pensar na complexidade de como garantir o processo de fruição e que competências
        e habilidades os nodos precisam desenvolver para não deixarem a “peteca” cair?

    • Jacques Schwarzstein

      O o tchan da rede distribuída é que ela também funciona como uma organização. Se houver interação, mesmo que seja apenas troca de informação, ela já é uma rede. O problema é que ela não tem fluxos perenes, efeitos previsíveis, normas padronizadas, etc… Ou seja, é uma organização livre, cujo funcionamento depende de padrões que se instalam e se dissolvem de modo imprevisível.Tudo é fluido….

      • Fernando Baptista

        Mas se isso é um o problema ou uma solução, depende do ponto de vista 🙂

      • Valdete de Assis

        Olá colegas, boa tarde!… Quando li sua postagem, Jacques , que as redes não têm fluxos perenes, efeitos previsíveis, normas padronizadas me fez pensar na complexidade de como garantir o processo de fruição e que competências
        e habilidades os nodos precisam desenvolver para não deixarem a “peteca” cair?

  • Maria Terezinha

    Está bem claro na primeira questão que a centralização diminui a distribuição no momento que corta a rede em pontos centralizados. Uma detenção de poder central dentro de uma rede com pouca distribuição e conexão. Isto descaracteriza uma rede social.

    Temos na segunda resposta o fato de que a centralização na medida que aumenta menos chance de conectividade possui dificultando a interação dos pontos periféricos. Resultado que nos mostra o corte na participação em rede.

    • Cris Kruel

      A maioria das “organizações” parecem ser redes hierarquizadas, pois quanto maior a centralização, mais “organizada” parece ser e, portanto, mais controlada, gerenciável e manipulável parece ser.

      As instituições tendem a não ser “distribuídas” pois parecem desorganizações? Quanto maior o número de conexões e interações entre os nodos mais difícil é controlar e manipular?

      • Thiago Padovan

        Vejo que sim Cris,
        Quanto mais hierarquia ou centralização de poder, mais predomina o comando e controle, você não pode falar com qualquer um, em qualquer momento, precisa pedir permissão, marcar reunião… Não pode acessar a internet em alguns lugares, ou a internet não é realmente liberada para todos.
        Acho que esses ambientes podem parecer mais organizadas pois estamos mais acostumados a frequentá-los desde que nascemos, como a escola, igreja, empresas, etc… Mas eu me surpreendo sempre que me envolvo com iniciativas mais distribuídas com a maneira que a organização ou a auto-organização acontece, tudo flui mais naturalmente, muito interessante como acontece na prática.

        • Sandra Mayrink Veiga

          Isso é verdade Thiago e muitas vezes é difícil para os ditos assessores verem que sem eles as coisas também andam bem hehehe

      • Cris,

        Como disse o Thiago, talvez ela pareçam “desorganizações” para um olhar viciado em instituições verticalizadas como modelo de tudo.

        No entanto, redes mais distribuídas podem ser muito “organizadas”, no sentido de executarem atividades complexas de maneira funcional, eficiente e eficaz. Voltaremos a esse ponto em outros Módulos.

        O essencial é perceber a “origem” dessa organização: ela emergiu das interação entre as pessoas, que livremente e de acordo com seus desejos e habilidades assumiram diferentes papéis/funções? Ou foi as funções (bem como qual pessoa vai desempenhar determinado papel) foram definidos antes da interação e impostos sobre os outros? É uma das questões a observar.

    • Cris Kruel

      A maioria das “organizações” parecem ser redes hierarquizadas, pois quanto maior a centralização, mais “organizada” parece ser e, portanto, mais controlada, gerenciável e manipulável parece ser.

      As instituições tendem a não ser “distribuídas” pois parecem desorganizações? Quanto maior o número de conexões e interações entre os nodos mais difícil é controlar e manipular?

      • Thiago Padovan

        Vejo que sim Cris,
        Quanto mais hierarquia ou centralização de poder, mais predomina o comando e controle, você não pode falar com qualquer um, em qualquer momento, precisa pedir permissão, marcar reunião… Não pode acessar a internet em alguns lugares, ou a internet não é realmente liberada para todos.
        Acho que esses ambientes podem parecer mais organizadas pois estamos mais acostumados a frequentá-los desde que nascemos, como a escola, igreja, empresas, etc… Mas eu me surpreendo sempre que me envolvo com iniciativas mais distribuídas com a maneira que a organização ou a auto-organização acontece, tudo flui mais naturalmente, muito interessante como acontece na prática.

        • Sandra Mayrink Veiga

          Isso é verdade Thiago e muitas vezes é difícil para os ditos assessores verem que sem eles as coisas também andam bem hehehe

      • Cris,

        Como disse o Thiago, talvez ela pareçam “desorganizações” para um olhar viciado em instituições verticalizadas como modelo de tudo.

        No entanto, redes mais distribuídas podem ser muito “organizadas”, no sentido de executarem atividades complexas de maneira funcional, eficiente e eficaz. Voltaremos a esse ponto em outros Módulos.

        O essencial é perceber a “origem” dessa organização: ela emergiu das interação entre as pessoas, que livremente e de acordo com seus desejos e habilidades assumiram diferentes papéis/funções? Ou foi as funções (bem como qual pessoa vai desempenhar determinado papel) foram definidos antes da interação e impostos sobre os outros? É uma das questões a observar.

  • Luiz Carlos Fernandes

    Na primeira resposta considero que existirão poucas vias para fluxo de informação (meio) e direção. Vejo as informações partindo de um ou poucos pontos para a grande maioria dos outros pontos mas não permitindo aos “outros” se comunicarem entre si.

    Na segunda resposta por possuir apenas conexões partindo de um ou poucos pontos diretos e não tendo interligações entre esses “outros” não há como ter interatividade múltipla apenas ponto a ponto em sua grande maioria.