A POLÍTICA COMO UTOPIA DA DEMOCRACIA
É possível democratizar a sociedade sem democratizar a política? A democracia é uma utopia da política (ou é o contrário)?

Há várias combinações de sentenças que podem ser consideradas "corretas". Escolha sempre aquelas que lhe pareçam ser as melhores alternativas do ponto de vista da democracia.

 

01 – Escolha a(s) melhor(es) alternativa(s) do ponto de vista da democracia.
I - Não se pode democratizar a sociedade sem democratizar a política. Do contrário, caberia a alguém democratizar a sociedade para e pela sociedade, o que nega o objetivo de democratização da sociedade.
II - Democracia, ainda quando queiramos enfatizar seu conteúdo social, é política. Democratização pressupõe exercício democrático e, por conseguinte, constituição de sujeitos democráticos, o que só é possível no interior mesmo de um processo democrático.
III - Só se pode alcançar a democracia praticando democracia. Não é possível tomar um atalho autocrático para uma sociedade democrática. A democracia é, simultaneamente, meio e fim, constituindo-se, portanto, como alternativa de presente e não apenas como modelo utópico de futura sociedade ideal. Assim, não se pode chegar a uma sociedade democrática a não ser por meio do exercício da democracia.
IV - Para chegar à democracia precisamos de boas políticas que viabilizem incentivos materiais que criem negócios, uma economia de mercado e uma classe média (ou uma sociedade civil vigorosa), sem a qual não pode haver democracia.
V - Um mundo de valores econômicos pode ser eficiente mas não necessariamente democrático pois não há qualquer garantia de que uma economia calcada em interesses econômicos possa sustentar instituições democráticas e sociedades livres. Quando os valores econômicos começam a dominar a política, a liberdade muitas vezes passa a correr risco.

Escolha agora:
a) I
b) II e III
c) IV
d) I, II, III e V
e) II e V
f) Nenhuma das alternativas anteriores.

 

02 – Escolha a(s) pior(es) alternativa(s) do ponto de vista da democracia.
I - Sem utopia não é possível construir um mundo mais democrático, porque sem um sonho de futuro capaz de inspirar a ação coletiva as pessoas tenderão a repetir passado mantendo o status quo.
II - As utopias igualitárias e totalitárias querem – todas elas – reformar o homem porque acham que o ser humano veio com uma espécie de “defeito de fábrica” que deve ser consertado pelo Estado para que seja possível habitarmos a cidade ideal. A democracia, que não precisa de utopia, não quer fazer nada disso: quer, apenas, que o ser humano possa – aqui e agora – viver em liberdade, como um ser político, como um interagente na comunidade política.
III - Em sociedades complexas só um Estado - quando posto a serviço da transformação da sociedade - pode ensinar as pessoas sobre seus interesses e direitos, evitando que elas repitam os erros que levam à reprodução dos sistemas de dominação.
IV - Mais vale um erro cometido na democracia do que muitos acertos de uma autocracia. A democracia pressupõe liberdade para errar e para aprender com os próprios erros.

Escolha agora:
a) I e III
b) II e IV
c) I
d) II
e) III
f) IV
g) Nenhuma das alternativas anteriores.

 

03 - A prática da democracia pressupõe aprendizagem democrática?
a) Sim, a democracia implica sempre um aprendizado coletivo em um processo de experimentação sem o qual ela não pode ser valorizada – e, na verdade, nem mesmo realizada – pelos sujeitos políticos que dela participam.
b) Sim, mas a comunidade política se desenvolvendo é sinônimo de sua rede social aprendendo.
c) Sim, na democracia é a rede social que aprende com sua própria experiência e não os indivíduos isolados como doutrinandos de um “Estado-reformatório”.
d) Não, pois é praticando democracia que as pessoas aprendem democracia.
e) Nenhuma das alternativas anteriores.

 

04 - Para um regime democrático funcionar plenamente seria necessário que surgisse um novo tipo de ser humano?
a) Sim, um "homem novo" mais colaborativo e fraterno e mais disposto a sacrificar seus interesses egotistas em prol do bem-estar da coletividade.
b) Sim, pois os que não conseguem entender o processo histórico não terão condições de se conduzir de maneira correta.
c) Não, pois não cabe a ninguém reformar o ser humano. Somente psicopatas e sociopatas autocráticos imaginam que possuem a fórmula para produzir um “homem novo”.
d) Todas as alternativas anteriores.
e) Nenhuma das alternativas anteriores.

 

05 – Escolha a(s) melhor(es) alternativa(s) do ponto de vista da democracia.
I - A democracia é uma aposta de que os seres humanos comuns podem, sim, aprender a se autoconduzir – mesmo que não possuam nenhuma ciência ou técnica específica – quando imersos em ambientes que favoreçam ao exercício coletivo dessa aprendizagem democrática.
II - A democracia não é um ensinar, mas um deixar-aprender.
III - Não se trata de levar “as massas” a um lugar que não-existe (u-topus). Essa é uma preocupação de candidatos a condutores de rebanhos, não de democratas. Toda condução de rebanhos é um movimento autocrático.
IV - Todo arrebanhamento, toda diluição da pessoalidade pela sua inserção em uma massa disforme e indiferenciada concorre para a autocratização, não para a democratização. Na democracia trata-se, sim, de levar as pessoas para a política: mas uma-a-uma.

Escolha agora:
a) I e II
b) II e III
c) III e IV
d) Todas as alternativas anteriores.
e) Nenhuma das alternativas anteriores.

 

06 – Escolha a(s) pior(es) alternativa(s) do ponto de vista da democracia.
a) A democracia deve ser a utopia da política.
b) Para a democracia o fim significa também um meio: uma política cada vez mais democratizada.
c) Não se quer obter nada com a política, a não ser os seres humanos viverem como seres políticos. Essa pode ser uma definição de democracia compatível com o sentido da política como liberdade. Se a democracia puder ser definida assim, então ela não passa de sinônimo de política.
d) A finalidade da democracia é a liberdade, ou seja, a política; não a igualdade.
e) A igualdade é a condição sem a qual não se pode exercer a política, quer dizer, a liberdade.
f) A política não é um instrumento e sim um modo de efetivar a liberdade, atualizá-la no cotidiano da rede de conversações que tece o espaço público, sendo-se, simplesmente, um ser político.

 

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