O que você precisa saber sobre redes | Módulo 2

Módulo 2

Atenção: você vai ler abaixo um texto provocativo, elaborado para estimular a conversação. Você não precisa concordar necessariamente com o conteúdo do texto provocativo e sim ficar atento às suas indagações. Todas as referências bibliográficas serão fornecidas oportunamente.

As redes sociais viraram moda neste século 21. Sites de relacionamento e serviços de emissão e troca de mensagens na Internet como, dentre centenas de outros, os extintos MySpace e Orkut e os atuais Facebook, Twitter e Google+, que se autodenominaram (ou foram denominados) – impropriamente – redes sociais, surgiram na primeira década do atual milênio, registrando milhões de pessoas.

É fácil. Em geral não demora nem cinco minutos. Então muitos desses milhões (hoje já são bilhões) de usuários de tais serviços acreditaram na conversa e acharam que, pelo fato de terem feito login e senha em um ou em vários desses sites, estavam “participando de redes sociais”. Fosse lá alguém dizer-lhes que redes sociais não são redes digitais ou virtuais, mas, como o nome está dizendo, são sociais mesmo: um padrão de organização, uma configuração dos fluxos interativos da convivência social!

Chamar Facebook, Twitter e outras mídias sociais de redes sociais é uma confusão que dificulta o entendimento das redes? Por que? Qual o problema de confundir o site da rede (a mídia) com a rede?

Ao confundir o site da rede com a rede estamos dizendo que não existe rede (uma realidade social) se não houver o site (um artefato digital). Mas por que isso é um absurdo?

Redes sociais existem desde que existe sociedade humana, quer dizer, pessoas interagindo. Segundo uma convenção razoável chamamos abreviadamente de rede social a qualquer configuração de conexões que se estabelece quando pessoas interagem segundo um padrão mais distribuído do que centralizado, mas a rigor todo conjunto de nodos (pessoas) interagindo, mesmo quando o padrão é mais centralizado do que distribuído é uma rede social. Pessoas podem interagir usando diferentes mídias: por gestos ou sinais ou conversando presencialmente, por tambores (como faziam os pigmeus de O Fantasma) e sinais de fumaça (como faziam os Apaches), por cartas escritas em papel e levadas a cavalo (como foi feito no chamado Network da Filadélfia, que escreveu a várias mãos a Declaração de Independência dos Estados Unidos), por telefone fixo ou móvel (inclusive por SMS – e isso pode levar à verdadeiros swarmings ou enxameamentos, como ocorreu em Madri em março de 2004 ou na Praça Tahir, no Cairo, em fevereiro de 2011) e... por sites de relacionamento na Internet (como o Facebook e o Twitter) ou por plataformas desenhadas para a interação (como o Ning, o Grou.ps, o Grouply, o Elgg, o WP Buddy – ainda que, na verdade, tais plataformas tenham sido desenhadas mais para a participação do que para a interação). Então? Quem é responsável pela manifestação dessa fenomenologia da interação: o digital ou o social?

  • marcelomaceo

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